segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ainda bem que não acabou...



A minha primeira experiência de “vamos nos preparar para o fim do mundo” foi na virada de 1999 pra 2000. Nossa, era muito triste pensar em tudo que eu ainda queria fazer antes dos efeitos colaterais do ‘bug do milênio’. Agora, pra testar nossa contagem regressiva até o fim dos tempos antes que se concretize – ou não – a profecia Maia de 2012, tivemos um final de semana de espera pelo fim do mundo super comentado em blogs e redes sociais. Bom... mais uma vez, que bom que o mundo não acabou! Puxa vida, ainda tenho tanto a fazer! Desde o fim-do-mundo-bug-do-milênio, já fiz muito. Encontrei pessoas incríveis, fiz viagens inesquecíveis, realizei sonhos indescritíveis. Conheci o grande amor da minha vida, a família aumentou e as alegrias também. Li livros, vi filmes, tirei fotos. Curti novas bandas, novas músicas, deixei no repeat as minhas favoritas. Mas ainda tenho tanto a fazer. Tanto! Ainda tenho muita estrada pela frente, pra matar a saudade de tanta gente que mora longe. Ainda tenho muitos sorrisos pra compartilhar, abraços pra distribuir e tantos outros pra receber. Existem inúmeras paisagens que ainda irão me tirar o fôlego, monumentos que me deixarão boquiaberta, e existem aquelas noites de lua cheia e tardes de céu rosado que nunca deixarão de me surpreender. Ainda tenho muitos encontros de família pra esperar chegar, muitos e-mails pra tentar fazer diminuir a saudade e muitas festas de aniversário pra ajudar a soprar as velinhas. Tenho várias tatuagens pra fazer, livros pra escrever [sim, escrever!], costumes e línguas pra aprender. Não imagino quantas, mas tenho certeza que ainda são muitas as declarações de amor que desejo fazer. E quantas outras pra ouvir, ver e sentir. Agora que o fim de semana de quase fim do mundo já passou, eu fico aliviada. Que bom que não acabou.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Relacionamento perfeito



Vejo/ leio/ ouço diariamente, nos almoços com os amigos, nas conversas de elevador, nos tweets, nos posts de Facebook, nas correntes de e-mails que as pessoas insistem em enviar, relatos sobre a incansável busca por um relacionamento estável. Mais que isso: pelo relacionamento perfeito. E eu sempre me pego com o mesmo pensamento: vale a pena sair por aí nesta busca frenética por um relacionamento? E mais: o que faria dele “perfeito”?
Tenho certeza que você já ouviu muita gente jurando, ‘de pé junto’, que encontrou sua cara-metade [tampa da panela, metade da laranja ou como quiser chamar] exatamente quando parou de procurar. Acredite: o mesmo aconteceu comigo. Não queria um namoro. Não queria um namorado. Não estava em busca de alguém com quem dividir meus dias. E foi quando ele apareceu. O famoso caso do “amigo de um amigo”, que entrou na minha vida e me mostrou que eu queria sim um namoro, queria sim um namorado. Queria sim alguém com quem dividir meus dias. Eu só não sabia disso. Ou talvez soubesse, mas tivesse medo de admitir. E foi nesse clima de encontro sem compromisso, de conhecer, conversar e gostar da pessoa, que começou um relacionamento que superava todas as expectativas – exatamente porque elas não existiam. Não comecei um namoro pra poder ir com ele a tal restaurante, pra ganhar aquele presente no Dia dos Namorados ou, menos ainda, pra chegar em uma festa e mostrar pra todo mundo que eu estava com alguém. O relacionamento começou porque tinha que ser. Começou porque éramos duas pessoas que queriam passar seus dias juntos simplesmente porque descobriram que se gostavam. Porque não havia cobranças. Havia, sim, espaço pra mostrar pro outro quem cada um realmente era, sem medo. Um namoro inesperado que virou casamento, e está prestes a nos fazer celebrar bodas de trigo [ou de couro, depende da sua referência!].
E é agora que você me pergunta: é um relacionamento perfeito? E eu, antes de uma resposta a esta pergunta, te faço outra: o que seria perfeito pra você? Pra mim, seria um relacionamento cheio de carinho, de amizade, com muita confiança e muitas risadas. É saber que aqueles momentos de silêncio não representam uma briga, mas o respeito pelo espaço do outro. É uma admiração crescente, que não se perde nem depois de tantas piadas sem graça e momentos de vergonha alheia que só vocês dois conhecem. É querer voltar pra casa correndo depois do trabalho na segunda-feira, mesmo tendo passado o final de semana todo grudados. É querer ficar 'grudado' no final de semana - e querer isso em todos os finais de semana. É aceitar que ter opiniões diferentes é normal, e que nem todo mundo acorda de bom humor. É encarar uma discussão como uma discussão apenas, e saber que nem centenas delas seriam suficientes pra te fazer desistir. Um relacionamento perfeito, pra mim, é não ter dúvidas do sentimento do outro. É sorrir no meio da rua ao lembrar daquela declaração em forma de olhar, ou daquele abraço que não queria ser desfeito. É saber que não existe obrigação e, mesmo assim, ter certeza de que vai acontecer.
Não é a toa que eu me pego sempre com o mesmo pensamento quando o assunto é a busca pelo relacionamento. Quando eu menos procurava, encontrei. E, sem medo de ser feliz, me acho no direito de dar conselhos, já que agora tenho este relacionamento que, pra mim, é perfeito.