terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Backstreet Boys Fan Event - Miami/FL - 08/12/10

Estou ensaiando pra escrever este texto há quase duas semanas. Tenho coisas demais pra dizer, mas sei que vão me faltar palavras. Decidi fazer cinco textos ao invés de um, pra poder organizar melhor as ideias e tentar passar pro papel a inundação de sentimentos que tomam meu corpo e minha mente desde que tudo isso deixou de ser sonho e passou a ser real.
Desci do avião sozinha e com muito frio. 6° celsius. Passei pelos corredores e escadas rolantes pensando no que estava prestes a acontecer. Ou será que já estava acontecendo? Passei pela temida imigração, onde encontrei um sorriso de boas vindas e já pude começar a pôr em prática tudo que aprendi desde que comecei a estudar inglês, quando tinha uns 12, 13 anos. Por coincidência, foi nesta mesma época que aquele sonho que agora se tornava real tinha começado a nascer.
Ao passar por aquelas portas grandes, encontrei as primeiras amigas que saíram da tela do computador e agora me esperavam no saguão, com uma plaquinha com meu nome, igual nos filmes. O dia ainda não estava claro e, de dentro do taxi, meus olhos curiosos buscavam assimilar tudo que – sim – já estava acontecendo.
A gente passou aquele dia gelado transformando amizades virtuais em abraços, rindo e fazendo planos para os próximos cinco dias. Fizemos ligações pra casa, dissemos que estava tudo bem e o quanto estávamos felizes. A noite chegou e foi se aproximando o momento de entrar no Byron Carlyle Theatre. Eu não sei se já havia assimilado tudo o que eu estava prestes a ver. Pra ser sincera, tenho dúvidas se um dia vou conseguir compreender tudo que aconteceu!
Ticket em mãos, pulseirinha no pulso garantindo o Meet&Greet – sim, aquela pulseirinha garantia: vou falar oi, olhar nos olhos, abraçar e tirar uma foto. Entramos no teatro e tomamos as primeiras fileiras, num lugar onde a última fileira ainda era tão próxima do palco. Eu fiquei na 4° cadeira da 4° fileira do centro, da esquerda pra direita. Lugar perfeito. Pra mim, estava perfeito. Foi engraçado, porque as meninas me olhavam, curiosas. Todas elas já tinham estado com eles em algum momento. Menos eu. Elas queriam ver minha reação – o que eu diria, o que faria. Será que ia chorar? E elas diziam “olha como a Quel tá calada!”. Sim, eu fiquei calada. Eu fiquei bem quietinha, com as costas grudadas no encosto da cadeira. Parecia que meu corpo queria ter certeza de que estava ali. E eu pensava “uau. Muito perto! Será que é de verdade?”. Era de verdade. E era muito perto.
A Jen, aquela mulherzinha pequenininha que ocupa um cargo que tantas de nós gostariam de ocupar, subiu no palco e nos fez perceber que o show estava prestes a começar. Ela anunciou a chegada dos meninos... e eles entraram no palco. Todo mundo gritou, aplaudiu, chamou por cada um deles. Menos eu. Eu só conseguia sorrir, com as costas coladas na cadeira e os olhos marejados.
As luzes se apagaram... eles começaram a cantar. Um show acústico. O sorriso só saia do meu rosto quando eu tentava acompanhar a música, mas isso não durava muito tempo. O sorriso era mais forte que eu, mais forte que as lágrimas de felicidade que começaram a escorrer pelo meu rosto. O sorriso virou gargalhada em alguns momentos, quando eles faziam palhaçada em cima do palco. Tirei algumas fotos, mas não arrisquei fazer filmes. Acho que eu iria tremer. Era a primeira vez que eu os via tão de perto. E eu não conseguia acompanhar a música, não conseguia aplaudir, não fazia nada. Apenas fiquei sentada, observando e sorrindo, deixando toda aquela alegria, aquela felicidade imensa invadir cada célula do meu corpo.
Nos intervalos entre as músicas, eles faziam daquele momento ainda mais especial. Estavam à vontade, conversando, fazendo piadas, rindo. Estavam deixando aquele show ainda mais incrível.


Quando cantaram as duas músicas pelas quais eu mais esperava, não consegui conter as lágrimas. Elas foram mais fortes do que o sorriso e começaram a cair sem freio. E eu deixei que viessem. Era um momento muito esperado; aquelas lágrimas mereciam estar ali, representando toda a minha alegria, representando a realização de um sonho enorme.
No meio do show, enquanto um Nick super simpático e animado desceu do palco e andou no meio das cadeiras pra colher perguntas das fãs e veio bem perto de onde eu estava – o microfone caiu nas mãos de brasileiras! – todo mundo se levantou e foi atrás dele, deixando vazias todas as cadeiras ao meu redor. E eu, de pé, tive meus primeiros 5 segundos de “sonho realizado além do que eu esperava”: Brian, de cima do palco, trocou algumas palavrinhas comigo, uma fã ilhada enquanto todo mundo que antes estava ao meu redor agora rodeava o Nick. E depois de, na última música, algumas fãs se levantarem e irem para perto do palco, quando AJ e Brian pegaram na minha mão pra se despedir [não só na minha! Mas a minha foi uma delas], eles saíram do palco. E eu, achando que tinha acabado, olho pra minha pulseira: vou falar oi, olhar nos olhos, abraçar e tirar uma foto.
Fotos em grupo por ordem das fileiras. Rapidamente, era a nossa vez. Um segurança grandalhão e simpático – Drew, que depois pude conhecer melhor – pegou meu casaco e minha câmera. Entrei na sala. Fui a última do grupo a entrar. Vi o Q, o Josh e o Justin, com sua câmera na mão. Na minha cabeça, tinha que em breve veria os meninos. Mas não, não foi em breve. Foi naquele momento. Olhei pro lado e vi uma pessoa. Demorei alguns segundos pra perceber: era o Howie! A simpatia em pessoa, ele veio, me abraçou e eu disse o quanto o show havia sido incrível. Ele agradeceu e, sempre sorrindo, deu aquela piscadinha que eu tantas vezes vi pela TV. Ao lado dele, AJ, já de braços abertos, pronto pra um abraço que me deixou imensamente feliz, pois não parecia um abraço “de obrigação”. Foi um abraço apertado, como se reconhecesse a importância que aquele momento tinha pra mim. Eu disse o quanto o admirava e o quanto estava feliz por estar ali naquele momento. Ao sair do abraço do AJ, ouvi Justin gritando que era hora da foto. Corri em direção ao Brian – que era o último dos quatro, no canto – mas duas garotas já estavam posicionadas ali, uma de cada lado dele. Eu parei ao seu lado e disse o quanto havia esperado pra estar ali perto dele na hora daquela foto. Ele sorriu, tirou um dos braços de uma das meninas e me puxou, dizendo pra entrar ali e tirar a foto com ele, como eu queria. E foi nessa hora que eu vi o flash. Justin bateu a foto enquanto eu falava com o Brian. Imediatamente eu soube que não sairia nesta foto – uma garota na minha frente, e eu virada, conversando com o Brian. Mas não me importei! Era um momento incrível demais pra que algo tão pequeno pudesse atrapalhar. As pessoas começaram a sair e eu fiquei, ainda conversando com o Brian. Eu disse o quanto ele era importante em minha vida, uma pessoa que eu admiro tanto e há tanto tempo, e algumas outras coisas que não me lembro. Ele sorria, fazia aquelas caras engraçadas e falava também algumas coisas. Eu disse que estava empolgada com o Cruise e que gostaria muito de conhecer a esposa e filho dele, de quem eu também gostava muito. Ele sorriu, pegou na minha mão, olhou nos meus olhos e perguntou o meu nome. Eu respondi, dizendo que vinha do Brasil. Ele ainda conversou comigo um pouco mais, dizendo que o Cruise seria ótimo e que eu certamente iria conhecer a Leigh e o Baylee. Eu ia saindo e me lembrei “não abracei o Nick”! Saí correndo, dando uns pulinhos e falando “esqueci do Nick! Esqueci do Nick!”. Todo mundo riu – devem ter me achado meio doida – e o Nick me abraçou, perguntou como eu estava, se tinha gostado do show. Antes de sair, já sozinha com eles na sala, dei mais um abraço no Brian e ele disse algo do tipo “até amanhã”.



Saí do teatro. Frio. Muito frio. Pessoas. Pessoas sorrindo. Pessoas felizes. Ninguém parecia se importar com o frio. Todas aquelas pessoas estavam sorrindo, pulando, se abraçando, imensamente felizes, pois haviam acabado de sair de um show sensacional, e tirar uma foto com pessoas que são mais do que ídolos da música. As meninas me abraçaram, perguntavam como tinha sido, o que tinha acontecido, se eu tinha conseguido ficar ao lado do Brian, se tinha falado com eles, como eu me sentia... E eu, mais uma vez, só conseguia sorrir.