sexta-feira, 29 de julho de 2011

Gritos na noite



Acordei com o Yuri se mexendo na cama. E entre latidos de alguns cães da vizinhança e um carro que passava ao longe, ouvi gritos. Ouvi pavor, desespero. Pensei estar sonnhando, fui ao banheiro e voltei pra cama. Mas, quando me deitei, os gritos se transformaram em palavras. Socorro! Socorro! Eu sabia que não estava sonhando. Corri pra janela, mas não vi nada além da ladeira iluminada pela luz amarela do poste. Não sei que horas eram, mas imagino que fosse madrugada alta. Fiquei um tempo na janela, tentando ver alguma coisa, qualquer coisa, que me mostrasse de onde vinha tanto medo. O frio que vinha de fora se confrontava com o calor do meu edredon. E os gritos, aqueles gritos apavorados, faziam frente ao silêncio reconfortante do nosso quarto. Acordei o Yuri. Escuta? Tem alguém gritando. Mas os gritos não existiam mais. Nada. Apenas uma moto quebrando o silêncio da rua. Ele esperou um pouco, perguntou se era aqui perto, eu disse que não via nada. Ele segurou minha mão e nossas cabeças encontraram de novo os travesseiros. De repente, mais gritos. Ainda com o mesmo desespero dos primeiros que eu ouvi. Apertei a mão do Yuri, que já tinha voltado a dormir. Desta vez, ele também ouviu. Mas os gritos agora pareciam estar mais longe. O Yuri se levantou, olhou pela janela... nada. Eu fechei os olhos e fiz o que vi estar ao meu alcance: rezei. Rezei muito. Ajude esta mulher. Proteja esta mulher. Acorde alguém que está perto dali. Rezei até pegar no sono de novo. Angustiada, com medo e preparada pra enfrentar um pesadelo que, depois daquilo, certamente viria.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Preciso escrever




Já tenho o enredo. O cenário. O título. O nome da personagem principal. Aliás, ela já tem até profissão. Aqui, em algum lugar dentro da minha mente, está o livro que eu um dia quero escrever. Talvez não todo ele, mas tudo que preciso pra começar. Já cheguei a pensar em juntar causos de pessoas que conheço pra escrever um drama. Mas agora, o caminho é mais sombrio: suspense/ terror. Nem sei se combina comigo, mas a história nasceu na minha cabeça, e sempre dou de cara com objetos ou situações que me fazem repetir para mim mesma “eu sei, eu sei... eu prometo que vou escrever este livro! Pare de me mandar estes sinais, universo!” Pra ser bem sincera, não sei porque ainda não comecei. Reclamo falta de tempo. Teria que abrir mão das minhas poucas horas de preguiça no colo do Yuri pra ficar mais horas sentada na frente do computador. E acabo escolhendo não mudar a rotina, porque estas ‘poucas horas’ são as mais especiais de cada dia. Ao mesmo tempo, sei que valeria a pena o esforço, pra realizar isso que, pra mim, é um sonho. Escrever um livro. No momento, escrever este livro. E, a cada dia que passa, eu penso que pena, não foi hoje. Será que começo amanhã?




quarta-feira, 20 de julho de 2011

Uma lista

Sempre vejo no Facebook alheio, em alguns blogs, ou recebo por e-mail umas 'correntes' nas quais as pessoas falam sobre si. Podem falar de coisas que gostam, que não gostam, detalhes do cotidiano, o que estão ouvindo - tem pra todos os gostos. E eu acho bacana, porque geralmente é interessante sabermos mais sobre as pessoas com quem convivemos. E, algumas vezes, o que descobrimos nessa versão moderna daqueles cadernos de pergunta que tínhamos quando crianças (você também tinha?) são detalhes que nem sempre surgem nas conversas do dia a dia. A corrente que vi hoje e que me trouxe a este post foi a seguinte: 10 coisas que você faz todos os dias. Simples, né? Eu passei os olhos por ali e pensei "humm... legal". Mas os pensamentos ficaram escondidos em um cantinho do meu cérebro a tarde toda, pra depois voltarem e me fazerem pensar nas coisas que eu realmente faço todos os dias. Claro que itens como tomar banho, escovar os dentes, beber água, estão fora. Isso aí é café com leite, não vale. Coloquei a cabecinha pra pensar e fechei minha lista. Confesso: não foi tão fácil quanto imaginei que seria. Porque tentei englobar todos os dias mesmo. Todos. Incluindo os amados finais de semana, os feriados. Tudo. E agora quero compartilhar esse pedaço do meu mundinho com vocês.

*trilha sonora grandiosa, criando um suspense antes da entrada triunfal*
10 COISAS QUE EU FAÇO TODOS OS DIAS - de verdade!
(não necessariamente nesta ordem):

1. Digo 'eu te amo'.
2. Converso com a minha mãe.
3. Dou risada.
4. Como chocolate - ou penso em fazê-lo.
5. Falo sozinha.
6. Leio. Livro, revista, jornal, blog, e-mail, bula de remédio, whatever. Leio.
7. Imagino textos que geralmente não vão para o papel.
8. Canto - eu sei, minha voz é ridícula, mas eu geralmente canto só na minha cabeça, mesmo.
9. Lembro de pessoas que eu amo e que estão longe.
10. Agradeço. Por tudo.