quarta-feira, 22 de abril de 2009

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Wake me up


Hoje não fui à academia, porque tinha que chegar mais cedo na agência, pra tentar adiantar os milhares de roteiros que precisam estar prontos hoje se eu não quiser trabalhar no final de semana... mas não consegui acordar! Simplesmente não consegui. Meus olhos não se abriam. Desligar o despertador quando ele começou a avisar que era hora de levantar, foi um sacrifício! E o relógio marcava 6:54, ou seja, 20 minutos mais tarde do que costuma despertar. E não sei por que não conseguia acordar. Ouvi os barulhinhos do Yuri levantando, tomando banho, ligando a TV e preparando o café. Mas os barulhos mais pareciam sonho, pareciam tão longe... com o quarto já claro, barulhos em casa, no apartamento de cima e até na rua, meu corpo não entendia que era hora de levantar. E o que conseguiu me despertar - quem diria - não fazia barulho. O que conseguiu me despertar foi um silencioso e carinhoso beijo nas costas. E quando meus olhos se abriram viram naquele sorriso todos os motivos que eu precisava pra acordar.

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sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ser Furnense é...


Semana passada, recebi o e-mail “o que é ser Belo Horizontino”. Já havia recebido um assim quando morei em Varginha, e é realmente divertido quando a gente lê algo da cidade e se lembra de algum caso ou pelo menos sabe onde fica tal lugar. E, por acaso, nesse mesmo dia, fui pra Furnas – ou seja, tive muito tempo a toa naquelas 5 horas dentro do ônibus – e fiquei pensando como seria bacana um texto desse tipo que falasse sobre Furnas, um lugar tão especial, tão diferente. Então, here we go!

Ser Furnense é:

- Saber que todo mundo pensa que qualquer lugar banhado pelo Lago de Furnas se chama Furnas e ter que falar sempre “ah, sim, mas não é lá que eu moro”.
- Saber como é viver sem pagar contas de água, luz e telefone.
- Lembrar que existia um orelhão amarelo com aparelho de telefone preto, de onde a gente podia discar os três números e falar com qualquer pessoa dentro do acampamento sem pagar nada.
- Saber exatamente o que é “acampamento”.
- Lembrar de quando tinha que discar o 9 e falar com a telefonista pra pedir ligações pra qualquer outra cidade.
- Lembrar como era difícil conseguir essas ligações em dias como Natal e Dia das Mães.
- Saber o que significam siglas como CREF, CRAF, FAF, CTE, LAME.
- Saber o que é uma piscicultura – você provavelmente foi lá em uma visita escolar.
- Ter estudado na Escola Infantil Recanto Feliz e na Escola Estadual de Furnas.
- Saber quem são a Dona Sônia, Maristela, Vânia, Esméria, Carminha, Surama, Tia Enir, Tia Patrícia, Tia Lurdinha, Tia Lucélia, Tia Luciene, Tia Neide, Tia Patrícia...
- Já ter feito Educação Física com a Tia Marli ou a Tia Edma, de short vermelho e blusa da escola.
- Ter feito catequese com a Tia Ica.
- Sair da aula e correr pra casa da Terezinha pra comprar chup-chup - os de leite eram uma sensação!
- Fazer unha com a Maguinha e cortar o cabelo com a Vandete ou com o Mário.
- Lembrar da Loja Azul e Rosa, Kaline e loja da Dona Aurita.
- Lembrar de comprar na Panificadora Fama - pra nós, simplesmente 'padaria' - com a caderneta no nome do nosso pai (uma da capa meio cor de laranja).
- Ter feito aula de natação com o Luiz Carlos.
- Conhecer o doutor Carlos, doutor Jorge e doutora Márcia, ser atendido por eles te chamando pelo nome e perguntando como estão seus pais.
- Ter tratado de dente com o Quinzinho e feito perícia com o Haruo.
- Ter ido muito ao hospital fazer exame de piscina – e nunca sabia se precisava ir de roupa de banho ou não.
- Lembrar de entrar nas casas dos vizinhos pela porta dos fundos, sem precisar bater ou gritar – era simplesmente ir entrando. Mesmo que a pessoa não estivesse.
- Esperar ansiosamente o fim da aula pra brincar de pique esconde, alerta, queimada, reunindo todas as crianças da rua.
- Se você era criança, lembrar de brincar sem preocupações e, se você era pai, saber que realmente não precisava se preocupar com a segurança das crianças que brincavam na rua.
- Ter um aperto no peito quando passa pelo CREF e vê aquele prédio abandonado.
- Ter ido a muitas festas juninas, de 15 anos e festas dos funcionários no FAF.
- Ter ficado preso na gaiola de bambu verde em alguma festa junina e já ter recebido ou mandado “correio elegante” – que era feito em papel de mimiógrafo da escola.
- Rir quando alguém te pergunta se sabe nadar – já que você mora do lado do Quebra Anzol, já nadou muito ‘nas corredeira’ e no pocinho.
- Saber exatamente onde é “as P”, a “cento e vinte”, “os pernilongo” e a vila.
- Saber que o lugar mais frio de Furnas é o comecinho do Tobogã, perto do cinema – e saber o que é o Tobogã.
- Já ter ido a apresentações teatrais, de balé e formaturas no cinema.
- Ter se formado no cinema, com filmagem do Pardini.
- Lembrar da reinauguração do cinema, em 1998, com o filme Twister – completamente lotado, com pessoas sentadas até no chão.
- Lembrar das seções de cinema às quartas e sábados, com entrada a R$ 0,50.
- Entender e compartilhar a animação e ansiedade pelo Baile Hawaí.
- Ir pra rua antes do Baile Hawaí e, depois, ir tomar café na padaria.
- Saber que a rodoviária, na verdade, é uma banca de jornal. E mesmo assim chamar de rodoviária.
- Saber o que é Real Grandeza.
- Já ter pego o ônibus do Moacir pra ir pra Passos, pra estudar no Objetivo, no CIC, Status ou Del Rey.
- Saber onde é o Can Can e a Barra.
- Já ter ido ‘curtir a night’ na Ventania – chamada pelo íntimos de Ventosa.
- Já ter ido pra exposição de Piumhi e pro Carnaval de Capitólio.
- Saber que o Campão lota em dia de Bola e Viola e sempre sair de lá prometendo que não volta mais – e mesmo assim voltar todos os anos.
- Saber onde é a “caixinha” e já ter passado horas por lá só batendo papo – principalmente quando ainda existia aquela árvore linda lá.
- Saber que o supermercado se chama Muradas – e por que se chama assim.
- Já ter feito caminhada no caminho do aeroporto.
- Conhecer as “lendas” e casos de assombração da Casa de Visitas.
- Já ter ido ver o pôr-do-sol no VHF – e saber que muitos vão lá pra outras coisas.
- Lembrar da emoção de conseguir encostar o pé no fundo da piscina do CRAF e morrer de medo, porque diziam que um menino tinha morrido lá porque foi puxado pelo ralinho.
- Ir à feira na terça e comer pastel de queijo e carne na barraca da Dona Marta.
- Lembrar de ir às 19h pro CREF, pra discoteca de criança e saber que, quando às luzes se acendiam às 21h30, era hora de ir pra casa, porque ia começar a discoteca dos adultos (e morrer de vontade de ficar pra saber como era).
- Saber que quem arrasava nas discotecas como DJs eram o Antônio Marcos e o Jacó.
- Já ter ido a um show do Perdidos na Noite ou Mistura de Pele e achar o máximo.
- Saber que a programação de domingo à noite era sair da missa e ir direto para a única lanchonete da cidade - mesmo que não fosse comer nada!
- Saber quem é o Zé das Véia.
- Saber que a lista telefônica de Furnas é tamanho A5 e tem 6 páginas.
- Ser acostumado com as marcas na grama, porque lá todo mundo ‘corta caminho’.
- Lembrar de todas as casas padronizadas, sem muro, estilo vila americana.
- Achar sua casa no Google Earth em menos de 10s.
- Achar linda aquela igrejinha que mais parece uma capela e saber que ela é ‘grande’ o suficiente.
- Saber que os nomes das ruas são os nomes das cidades banhadas pelo Lago.
- Saber que, não importa onde você esteja agora, não existe nenhum lugar igual a Furnas.
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