segunda-feira, 28 de março de 2011

8 anos


Uma grande amiga me perguntou se ainda comemorávamos aniversário de namoro, mesmo depois de casados. A resposta é sim - claro que sim! Dá pra parar de comemorar todas as decobertas sobre o outro, que despertaram os primeiros sentimentos? O primeiro beijo, as primeiras madrugadas em claro, as primeiras vezes que dissemos e ouvimos "eu te amo"? É possível deixar de celebrar os almoços, os jantares, os passeios e as viagens? E quem é que consegue não comemorar aqueles sorrisos, aqueles olhares de cumplicidade e os abraços que pararam o mundo pra te segurar? Não dá pra deixar de lado os aniversários de namoro e contar só os de casamento. É por isso que hoje tem comemoração. Porque são todos aqueles momentos e sentimentos que a gente sempre celebrou nos aniversários de namoro que ajudam a garantir os próximos - felizes - aniversários de casamento.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Febre noturna

Leite quente antes de ir pra cama, pra amenizar a dor de garganta. Ele trouxe pra mim, junto com o remédio - já era hora de tomar. Me aconcheguei em seu abraço e o sono veio rápido. De manhã, estranhei: ele dormia enrolado no edredom e eu, na colcha de piquet. "Você tava suando muito, choramingando... Acho que teve febre", explicou. E eu, que poderia ter passado a noite em claro, dormi como uma criança depois de um dia cheio. E descobri que o melhor remédio pra febre noturna é tê-lo ali, bem debaixo da minha coberta.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Mágica sem abracadabra

Ele fica me olhando com carinha engraçada quando acha que tem culpa no cartório. Grita junto quando alguém está gritando - seja na TV ou no vizinho. Coloca a preguiça de lado e sai do sofá num domingo de chuva só pra me comprar um capricho. Ele imita os bichos dos vídeos engraçados de animais. E depois passa o dia todo me chamando pelos nomes dos bichos que imitou. No outro dia, o apelido muda. Muda de novo. E de novo. Ele usa toda sua criatividade pra me colocar apelidos. Ele diz "que óoodio" igual criança pequena quando a mãe diz que não pode ir pra casa do coleguinha. Ele choraminga de mentirinha e pede "me deixa quieeeeeto! Eu só quero ficar de boa..." quando estamos deitados e eu falo sem parar. E isso me faz dar risadas. E isso me faz ter certeza de que todas as escolhas que fizemos juntos foram as certas. E me faz ter dúvida se existe alguém no mundo mais feliz que eu. Porque ele faz mágica. Ele faz os finais de semana serem sempre inacreditavelmente perfeitos. E consegue até fazer com que os dias de semana pareçam férias. Mesmo que só nas minhas lembranças.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Backstreet Boys Cruise - Dia 4

Acordamos como nos últimos dias: pulando da cama, com medo de perder algo que pudesse valer bem mais do que alguns bons minutos de preguiça no quarto. A gente se trocou e correu pro Deck9 pra mais um café da manhã. De novo, lá estava o Sr Breaskfast, Howie D, que comia bem perto da nossa mesa. Enrolamos um pouquinho, na esperança de ver mais alguém por ali, mas penso que eles deveriam estar tão cansados como nós – e devem ter preferido aqueles minutos de preguiça na cama. Voltamos pra cabine. Hoje era preciso se arrumar. Afinal, não é todo dia que você tem horário marcado pra tirar uma foto com as suas amigas e os seus ídolos. A sessão de fotos, assim como a Beach Party, foi dividida em 2 grupos. Eu estava no segundo. Os grupos deveriam ser de 8 pessoas e tínhamos 7 no nosso: Dê e Sil pra “dividirem” o AJ, Lucy e Sarah “compartilhando” o Nick, Aida e Gah pra abraçarem o Howie, e eu estava sozinha, pra ficar ao lado do Brian. Confesso que torci pra que não aparecesse mais ninguém, e pra que nos deixassem entrar como um grupo de 7. Deu certo. As meninas, que já tinham tirado suas fotos, passaram por nós e contaram em qual posição estavam os meninos – Brian, Howie, Nick e AJ – e a gente passou o tempo restante programando como entrar, o que fazer, o que dizer. Não que isso fosse adiantar alguma coisa, claro. A gente sempre se esquece de tudo na hora do vamos ver! Lá dentro, nossas músicas favoritas inundavam o ambiente, fazendo a turma cantarolar e controlar um pouco a empolgação que tomava conta de cada rostinho naquela fila. Chegou a nossa vez. Os seguranças estavam por perto e ouvimos, mais uma vez, uma das frases mais faladas quando muitas pessoas os cercavam: “no kissing, no touching, no huging!”. A gente se olhou e riu. Começamos a subir naquele “palco” onde os meninos estavam – eu era a última – e, de repente, a fila do meu grupo parou de andar. Não sei se pra tentar fazer com que o tempo passasse mais depressa ou mais devagar, peguei um pouco de álcool em gel [estava ali, pra quem quisesse usar] e comecei a esfregar as mãos. O problema é que, naquele exato momento, a fila andou. Eu subi no palco e dei de cara com um sorriso enorme vindo em minha direção. Era o Brian. Ele vinha sorrindo e, quando olhou pras minhas mãos, fez uma cara engraçada e esfregou suas mãos nas minhas, fazendo graça, me ajudando a acabar de vez com aquele álcool em gel. Então ele esticou os braços, como se indicasse o caminho. Eu disse que queria estar ao seu lado pra foto, ele sorriu e disse “mas é claro!”. Justin se posicionou pra foto, abracei o Brian e vimos o flash. Eu me virei, dei nele um abraço e saí. Não tive muito tempo pra falar com os outros. Tinha outro grupo pra foto logo atrás. Somente sorri e disse oi. Eles sorriram de volta. AJ disse “nos vemos à noite, no show”.


Saí do photoshoot e fui encontrar minhas amigas – adivinha onde? Acertou quem disse Deck 9! Fiquei com a Fabi e a Karen ao lado da Leigh, que tomava sol enquanto Baylee se divertia com os primos no toboágua. Passaram-se somente alguns minutos quando Brian chegou. A gente subiu para perto do toboágua onde o Baylee se divertia e, logo depois, como se desta vez eles é que estivessem nos seguindo, também subiram – Leigh, Brian e Drew. Ficaram conversando bem na nossa frente, sem outras fãs ou qualquer outra pessoa por perto, tentando resolver um problema de família como qualquer pessoa o faria – Baylee tinha brigado com uma criança no toboágua. O sol estava muito forte, e decidimos ir pra nossa querida mesa do restaurante. As outras meninas chegaram, e a gente se divertiu e riu muito, já sabendo que tudo aquilo deixaria muita saudade. Foi em meio a muitas gargalhadas que Brian e Leigh chegaram e, mais uma vez, se sentaram ali, bem ao nosso lado. Howie também passou por lá com o Mike – um momento que nos fez rir mais ainda, mas este não dá pra contar aqui. Teria que ser interpretado!


No meio da tarde, enquanto os meninos passavam o som dentro do Palladium, ficamos do lado de fora das portas fechadas, ouvindo tudo, cantando, dançando, rindo e nos divertindo como meninas de 15 anos que ouvem suas músicas favoritas dentro do quarto, usando a escova de cabelo como microfone. Chegou a noite, e era hora do show! Foi simplesmente incrível. Mas dessa vez não fiquei sentada no assento demarcado. Era simplesmente impossível não ficar de pé! O show foi contagiante! Cada música era mais emocionante que a anterior, e me fazia sentir uma onda de adrenalina e alegria como poucas vezes senti na vida. Cantei, pulei, dancei, me diverti. Chorei. O show acabou.


Subimos para o Deck 9. Back & Blue Night: a última festa. A última noite. Fazia muito frio e o vento era gelado. Uma chuva fina ameaçava aumentar. Decidiram mudar a festa para a boate. Quando chegamos lá embaixo, encontramos correria, fila e seguranças dizendo que não cabiam mais pessoas dentro da boate. Eu, que já estava exausta, não liguei muito. Fiquei sentada com as meninas num dos banquinhos, conversando. Ouvi algumas pessoas bravas, revoltadas, achando o fim da picada, e eu, não sei se por influência do sono ou de uma onda de paciência que invadiu meu ser, sabia que, mais cedo ou mais tarde, entraríamos ali e poderíamos nos divertir. E quando a gente se acalma, e quando a gente não tem pressa, as coisas acontecem. Um dos seguranças chamou e eu só me lembro da Karen me dando uma bicuda na canela “levanta! Anda! Vem aqui!”. Eu, sem ter visto o que tinha acontecido, simplesmente as segui. Quando me dei conta, já tinha no pulso a pulseirinha pra entrada na boate. Lembro da PatiD me chamando e dizendo que o Brian estava no Cassino. Tive muita vontade de dar meia volta e ir até lá, mas o segurança “empurrava” a fila e não consegui sair. Dentro da boate, os meninos estavam em um dos cantos – era bem fácil perceber, afinal, era havia ali um aglomerado de pessoas e flashes. Eu e as meninas ficamos por perto, e logo os seguranças abriram caminho em meio às pessoas, pois o AJ passaria por ali. Eu, sempre com a sorte nos ombros, era a primeira da “barreira humana”. AJ passou, disse oi, pegou na mão e foi direto pra cabine do DJ, de onde agitou a galera e cantou “F**k you”, do Ceelo. Foi super divertido.


Depois de um tempo, quando o sol se preparava pra nascer, eu já não agüentava mais. Fran e Rê riam de mim enquanto eu lutava contra um sono quase tão intenso quanto os dias que eu tinha vivido. Desisti de lutar e fui pra cabine. Era hora de cair na cama de novo, sem nem ter tempo pra pensar que aquele tinha sido o último dia de uma viagem que eu nunca vou esquecer.