quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Causo das férias - o aniquim


Um dos lugares mais lindos que já vi. Um vilarejo de gente simples e acolhedora, cercado de águas doces e salgadas, além daquelas maravilhosas dunas de areia branquinha que ficavam dançando no ritmo do vento. Era nossa primeira manhã ali e a excitação seria visível se houvesse ali alguém a nos observar. O lugar é mais que um paraíso: é um paraíso particular. A não ser pelos poucos nativos que passam por nós de vez em quando, com  olhar que mistura curiosidade e timidez, só nós dois. Caminhamos pela praia, passamos pelo mangue, pelos barcos dos pescadores e escalamos as dunas. Observamos o encontro das águas bem à nossa frente e, naquele calor de mais de 30°, o próximo passo era óbvio: um banho. Ele entrou primeiro. Vem logo. E eu fui. Fui entrando naquela água deliciosa, clarinha, quentinha. Ele ali, com aquele sorriso lindo no rosto, com cara de quem sabe que o único compromisso do dia é não ter compromisso nenhum. De repente, com um pequeno passo, tudo mudou. Meu foco não era mais curtir o banho de rio com o meu marido, ou aproveitar as férias naquele paraíso. O foco era a dor terrível que, de repente, gritava no meu pé. Pisei em alguma coisa. O que? O que? Sai da água, ele falou, preocupado, depois que eu gritei. Saí da água e ele apertou meu pé, na tentativa de tirar dali algum espinho ou ferrão. Um minúscula gota de sangue foi a única coisa que saiu daqueles dois furinhos quase invisíveis que agora faziam parte do peito do meu pé esquerdo. Que dor! O que será isso? Ficamos preocupados. E será que aquele incidente poderia atrapalhar o nosso passeio, que estava apenas começando? Consegue andar? Sim, eu conseguia. Doía muito, mas dava pra andar. Um casal de pescadores que encontramos pelo caminho deu o diagnóstico: aniquim. Nada de mais. Só 24 horas de dor. Deu 24 horas, a dor passa. Outros moradores a quem contamos o causo e mostramos o hematoma concordaram com o diagnóstico do primeiro casal. E, pelo que parece, estavam todos certos: o que depois encontrei no Google como niquim [sem o “a” dos nativos] é um peixe muito venenoso, que adora o encontro de águas doces e salgadas do nordeste. A picada do aniquim [eu sei, o correto é niquim, mas nos acostumamos a chamá-lo pelo mesmo nome que os nativos] não estragou nosso passeio. Fiquei, sim, um pouco receosa antes de entrar na água de novo, mas aquele calor, aquelas ondas, toda aquela maravilha me convenceram rapidinho que valia a pena. Doeu mesmo por 24 horas – ou até um pouco mais – mas nada que impedisse uma caminhada preguiçosa pela orla ao lado dele, apreciando o pôr do sol. E hoje, quase um mês depois, o que ficou foram as fotos e nossas piadinhas com o aniquim que, de acordo com o Yuri, deve estar morrendo de dor na coluna, depois de um pezão desses tê-lo esmagado enquanto ele descansava tranquilo nas águas de Mundaú.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A mesa

Vendedora simpática: “Você se casou agora?”
Eu: “Não... tem 3 anos e meio...”
A expressão no rosto da moça deixou bem claro o que passou pela cabeça dela – e o que deve passar pela cabeça de quase todo mundo quando sabe que, depois de 3 anos e meio, ainda não temos uma mesa. Opa! Para tudo! Não temos? Ahan... *que rufem os tambores* Não TÍNHAMOS. É isto, senhoras e senhores! Uma nova era se inicia no lar dos Fávaro-Petronilho! Compramos a nossa mesa! Finalmente! Foram tantas refeições feitas no sofá, com o prato na mão ou em cima da almofada. O copo entre as pernas ou no chão, ao lado do sofá. Café da manhã, almoço, lanche, jantar. Só nós dois, parentes, amigos. Todo mundo já ia pra nossa casa avisado que tinha que comer era ali mesmo, no sofá. E eu mentiria se dissesse que não foi legal. Foi muito. Foi demais. Cada refeição ou guloseima que matou nossa fome e nossa vontade ali no sofá, de frente pra TV, foi uma delícia. Mas eu sempre tive aquele desejo grande de ter a nossa mesa. De poder escolher entre comer vendo TV ou num jantar à luz de velas que não tivesse que ser feito no chão, com uma bancadinha improvisada. Eu queria muito aquela mesa. E agora é só esperar mais 3 dias, e ela vai estar ali, toda linda, cercada por 4 cadeiras coloridas, completando nossa cozinha...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Parabéns pra você




Da série grandes mistérios do universo: como pode alguém não gostar de aniversário? “Ah, não gosto de ficar velho!”. Ok, mas não comemorar seu aniversário vai impedir que a velhice chegue? Hummm... I don’t think so! Então por que não curtir um dos dias mais gostosos do ano? É o seu dia! Seu! É do jeito que você quiser. Ou deveria ser. E pode ser. Pelo menos um pouquinho! É o dia de pedir pra sua mãe fazer seu prato preferido. Ou, se está longe da barra da saia da mamãe – como eu – é reunir os amigos pra um almoço gostoso, cheio de risadas e abraços. Falando em abraços, eles são os reis do seu dia! É abraço que não acaba mais! Tem os apertados, os tímidos, os demorados e os quase-abraços (aquele tapinha no ombro do seu tio que não curte muito o contato corporal mas faz questão de te parabenizar)... Não importa o tipo: ganhar abraços das pessoas que você gosta já deveria bastar pra que todos gostassem de fazer aniversário! As pessoas mais importantes da sua vida tiram um tempinho do dia corrido delas pra te mandarem uma mensagem cheia de carinho – pode ser um telefonema, SMS, um e-mail, mensagem no mural do Facebook ou até uma visitinha pra comer um pedaço de bolo. Huuummm, o bolo! Não dá pra não gostar de bolo! E não dá pra passar o aniversário sem bolo! De padaria, de confeitaria especializada, da sua mãe, receita da vovó, ou pelo menos uma fatia comprada no supermercado da esquina: tem que ter bolo! O “parabéns pra você” eu dispenso, mas tem sempre alguém que fica feliz em cantar, e é pra você, então você se joga e aproveita o embalo da música pra dar umas risadas. E ainda tem mais! Além de toda a atenção e todo o carinho, você ainda corre o risco de ganhar presentes! Vai falar que não gosta de presentes também?! Hunpf! Me engana que eu gosto... O que eu sei é que, depois de acordar com declaração de amor, almoçar com os amigos, ganhar abraços, receber mensagens, ouvir “parabéns pra você”, comer bolo e ganhar presentes na comemoração do meu 27° ano de vida, continuo sem entender: como pode alguém não gostar de aniversário?


domingo, 7 de agosto de 2011

Quelzinha



Ontem à noite saímos pra comer. A gente se sentou em uma mesa pequena, num dos cantos do lugar. No meio do sanduíche, o Yuri me olhou achando graça e disse "que linda a Quelzinha". Imediatamente olhei para os lados à procura de alguma mulher bem feia - porque, sim, ele sempre chama carinhosamente 'Quelzinha' qualquer mulher que assim seja. Mais uma daquelas piadinhas internas com um tom engraçadinho que só nós dois conhecemos. "Não... é você pequenininha! Olha como parece com você", ele disse, pra minha surpresa, enquanto direcionava o olhar para a garotinha que estava sentada ao meu lado, na outra mesa. Fiquei curiosa, mas não queria encarar a menina que se deliciava com aquele sanduíche sem imaginar que alguém a observava. Ele passava os olhos dela pra mim, de mim pra ela, sem parar, com um sorrisinho no canto da boca, se divertindo. Olhei rapidamente, enquanto ele dizia que "...até as roupinhas são parecidas!" E eram mesmo. Aquela menina branquinha, de olhos verdes e cabelo liso vestia calça jeans, tênis e uma blusinha de manga comprida por baixo da camiseta. Era mesmo uma Quelzinha. Não que eu tenha sido exatamente igual quando tinha sua idade, mas quem não me viu criança poderia mesmo imaginar que eu tinha sido assim. Adorando a situação, o Yuri cutucou a mãe da menina "Elas não se parecem? São iguaizinhas!". A mãe achou graça, enquanto o olhar tímido da menina me analisava, curiosa. "São iguaizinhas!", ele insistiu. E mais uma coisa em comum: as duas ficaram com as bochechas vermelhas, epserando alguma fala, algum movimento, que tirasse delas a atenção. "Diferença só de alguns anos", disse a mãe da menina, deixando claro que estava gostando da situação. Elas pagaram a conta e saíram, enquanto a gente terminava de comer. Na volta pra casa, uma frase insistiu em passar várias vezes pela minha cabeça. Será que ela vai ficar parecida comigo quando crescer?

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Gritos na noite



Acordei com o Yuri se mexendo na cama. E entre latidos de alguns cães da vizinhança e um carro que passava ao longe, ouvi gritos. Ouvi pavor, desespero. Pensei estar sonnhando, fui ao banheiro e voltei pra cama. Mas, quando me deitei, os gritos se transformaram em palavras. Socorro! Socorro! Eu sabia que não estava sonhando. Corri pra janela, mas não vi nada além da ladeira iluminada pela luz amarela do poste. Não sei que horas eram, mas imagino que fosse madrugada alta. Fiquei um tempo na janela, tentando ver alguma coisa, qualquer coisa, que me mostrasse de onde vinha tanto medo. O frio que vinha de fora se confrontava com o calor do meu edredon. E os gritos, aqueles gritos apavorados, faziam frente ao silêncio reconfortante do nosso quarto. Acordei o Yuri. Escuta? Tem alguém gritando. Mas os gritos não existiam mais. Nada. Apenas uma moto quebrando o silêncio da rua. Ele esperou um pouco, perguntou se era aqui perto, eu disse que não via nada. Ele segurou minha mão e nossas cabeças encontraram de novo os travesseiros. De repente, mais gritos. Ainda com o mesmo desespero dos primeiros que eu ouvi. Apertei a mão do Yuri, que já tinha voltado a dormir. Desta vez, ele também ouviu. Mas os gritos agora pareciam estar mais longe. O Yuri se levantou, olhou pela janela... nada. Eu fechei os olhos e fiz o que vi estar ao meu alcance: rezei. Rezei muito. Ajude esta mulher. Proteja esta mulher. Acorde alguém que está perto dali. Rezei até pegar no sono de novo. Angustiada, com medo e preparada pra enfrentar um pesadelo que, depois daquilo, certamente viria.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Preciso escrever




Já tenho o enredo. O cenário. O título. O nome da personagem principal. Aliás, ela já tem até profissão. Aqui, em algum lugar dentro da minha mente, está o livro que eu um dia quero escrever. Talvez não todo ele, mas tudo que preciso pra começar. Já cheguei a pensar em juntar causos de pessoas que conheço pra escrever um drama. Mas agora, o caminho é mais sombrio: suspense/ terror. Nem sei se combina comigo, mas a história nasceu na minha cabeça, e sempre dou de cara com objetos ou situações que me fazem repetir para mim mesma “eu sei, eu sei... eu prometo que vou escrever este livro! Pare de me mandar estes sinais, universo!” Pra ser bem sincera, não sei porque ainda não comecei. Reclamo falta de tempo. Teria que abrir mão das minhas poucas horas de preguiça no colo do Yuri pra ficar mais horas sentada na frente do computador. E acabo escolhendo não mudar a rotina, porque estas ‘poucas horas’ são as mais especiais de cada dia. Ao mesmo tempo, sei que valeria a pena o esforço, pra realizar isso que, pra mim, é um sonho. Escrever um livro. No momento, escrever este livro. E, a cada dia que passa, eu penso que pena, não foi hoje. Será que começo amanhã?




quarta-feira, 20 de julho de 2011

Uma lista

Sempre vejo no Facebook alheio, em alguns blogs, ou recebo por e-mail umas 'correntes' nas quais as pessoas falam sobre si. Podem falar de coisas que gostam, que não gostam, detalhes do cotidiano, o que estão ouvindo - tem pra todos os gostos. E eu acho bacana, porque geralmente é interessante sabermos mais sobre as pessoas com quem convivemos. E, algumas vezes, o que descobrimos nessa versão moderna daqueles cadernos de pergunta que tínhamos quando crianças (você também tinha?) são detalhes que nem sempre surgem nas conversas do dia a dia. A corrente que vi hoje e que me trouxe a este post foi a seguinte: 10 coisas que você faz todos os dias. Simples, né? Eu passei os olhos por ali e pensei "humm... legal". Mas os pensamentos ficaram escondidos em um cantinho do meu cérebro a tarde toda, pra depois voltarem e me fazerem pensar nas coisas que eu realmente faço todos os dias. Claro que itens como tomar banho, escovar os dentes, beber água, estão fora. Isso aí é café com leite, não vale. Coloquei a cabecinha pra pensar e fechei minha lista. Confesso: não foi tão fácil quanto imaginei que seria. Porque tentei englobar todos os dias mesmo. Todos. Incluindo os amados finais de semana, os feriados. Tudo. E agora quero compartilhar esse pedaço do meu mundinho com vocês.

*trilha sonora grandiosa, criando um suspense antes da entrada triunfal*
10 COISAS QUE EU FAÇO TODOS OS DIAS - de verdade!
(não necessariamente nesta ordem):

1. Digo 'eu te amo'.
2. Converso com a minha mãe.
3. Dou risada.
4. Como chocolate - ou penso em fazê-lo.
5. Falo sozinha.
6. Leio. Livro, revista, jornal, blog, e-mail, bula de remédio, whatever. Leio.
7. Imagino textos que geralmente não vão para o papel.
8. Canto - eu sei, minha voz é ridícula, mas eu geralmente canto só na minha cabeça, mesmo.
9. Lembro de pessoas que eu amo e que estão longe.
10. Agradeço. Por tudo.



quarta-feira, 15 de junho de 2011

Over and over again



“Não deixe cair na rotina”. “Truques para o seu namoro não cair na rotina”. “O que fazer quando o relacionamento cai na rotina?”. Exemplos de frase-pra-capa-de-revista-feminina sobre o assunto não faltam. Mas eu não entendo por que tanto reclamam sobre a rotina nos relacionamentos. Sério. É tão bom. É tão bom saber que eu vou me deitar pra dormir e os braços dele virão pra me abraçar, vou ganhar um beijo nas costas e me aconchegar no seu corpo. Ver que ele responde meus e-mails de bom dia, mesmo que sempre com a mesma frase, me faz sorrir todos os dias. Adoro ter a certeza de que ele vai me fazer gargalhar. Já saio do banho esperando que ele diga que fiquei cheirosa. E ele sempre diz. Não me canso de provocá-lo, mesmo já sabendo qual será a resposta praquela piada. Me divirto dizendo que ele está lindo. E me divirto mais ainda quando ele responde “tá todo mundo falando isso...”. Gosto quando ele compra uma sobremesa bem gostosa e finge que não é pra mim. Adoro quando estamos chegando ao nosso destino, no nosso carro, e ele coloca uma das mãos na minha perna, olha pra mim com um sorriso e me pergunta se gosto de viajar com ele. É sensacional saber que existe uma rotina no meu relacionamento. Porque eu amo cada um destes momentos. E amo de novo. E de novo. E de novo.



segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ainda bem que não acabou...



A minha primeira experiência de “vamos nos preparar para o fim do mundo” foi na virada de 1999 pra 2000. Nossa, era muito triste pensar em tudo que eu ainda queria fazer antes dos efeitos colaterais do ‘bug do milênio’. Agora, pra testar nossa contagem regressiva até o fim dos tempos antes que se concretize – ou não – a profecia Maia de 2012, tivemos um final de semana de espera pelo fim do mundo super comentado em blogs e redes sociais. Bom... mais uma vez, que bom que o mundo não acabou! Puxa vida, ainda tenho tanto a fazer! Desde o fim-do-mundo-bug-do-milênio, já fiz muito. Encontrei pessoas incríveis, fiz viagens inesquecíveis, realizei sonhos indescritíveis. Conheci o grande amor da minha vida, a família aumentou e as alegrias também. Li livros, vi filmes, tirei fotos. Curti novas bandas, novas músicas, deixei no repeat as minhas favoritas. Mas ainda tenho tanto a fazer. Tanto! Ainda tenho muita estrada pela frente, pra matar a saudade de tanta gente que mora longe. Ainda tenho muitos sorrisos pra compartilhar, abraços pra distribuir e tantos outros pra receber. Existem inúmeras paisagens que ainda irão me tirar o fôlego, monumentos que me deixarão boquiaberta, e existem aquelas noites de lua cheia e tardes de céu rosado que nunca deixarão de me surpreender. Ainda tenho muitos encontros de família pra esperar chegar, muitos e-mails pra tentar fazer diminuir a saudade e muitas festas de aniversário pra ajudar a soprar as velinhas. Tenho várias tatuagens pra fazer, livros pra escrever [sim, escrever!], costumes e línguas pra aprender. Não imagino quantas, mas tenho certeza que ainda são muitas as declarações de amor que desejo fazer. E quantas outras pra ouvir, ver e sentir. Agora que o fim de semana de quase fim do mundo já passou, eu fico aliviada. Que bom que não acabou.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Relacionamento perfeito



Vejo/ leio/ ouço diariamente, nos almoços com os amigos, nas conversas de elevador, nos tweets, nos posts de Facebook, nas correntes de e-mails que as pessoas insistem em enviar, relatos sobre a incansável busca por um relacionamento estável. Mais que isso: pelo relacionamento perfeito. E eu sempre me pego com o mesmo pensamento: vale a pena sair por aí nesta busca frenética por um relacionamento? E mais: o que faria dele “perfeito”?
Tenho certeza que você já ouviu muita gente jurando, ‘de pé junto’, que encontrou sua cara-metade [tampa da panela, metade da laranja ou como quiser chamar] exatamente quando parou de procurar. Acredite: o mesmo aconteceu comigo. Não queria um namoro. Não queria um namorado. Não estava em busca de alguém com quem dividir meus dias. E foi quando ele apareceu. O famoso caso do “amigo de um amigo”, que entrou na minha vida e me mostrou que eu queria sim um namoro, queria sim um namorado. Queria sim alguém com quem dividir meus dias. Eu só não sabia disso. Ou talvez soubesse, mas tivesse medo de admitir. E foi nesse clima de encontro sem compromisso, de conhecer, conversar e gostar da pessoa, que começou um relacionamento que superava todas as expectativas – exatamente porque elas não existiam. Não comecei um namoro pra poder ir com ele a tal restaurante, pra ganhar aquele presente no Dia dos Namorados ou, menos ainda, pra chegar em uma festa e mostrar pra todo mundo que eu estava com alguém. O relacionamento começou porque tinha que ser. Começou porque éramos duas pessoas que queriam passar seus dias juntos simplesmente porque descobriram que se gostavam. Porque não havia cobranças. Havia, sim, espaço pra mostrar pro outro quem cada um realmente era, sem medo. Um namoro inesperado que virou casamento, e está prestes a nos fazer celebrar bodas de trigo [ou de couro, depende da sua referência!].
E é agora que você me pergunta: é um relacionamento perfeito? E eu, antes de uma resposta a esta pergunta, te faço outra: o que seria perfeito pra você? Pra mim, seria um relacionamento cheio de carinho, de amizade, com muita confiança e muitas risadas. É saber que aqueles momentos de silêncio não representam uma briga, mas o respeito pelo espaço do outro. É uma admiração crescente, que não se perde nem depois de tantas piadas sem graça e momentos de vergonha alheia que só vocês dois conhecem. É querer voltar pra casa correndo depois do trabalho na segunda-feira, mesmo tendo passado o final de semana todo grudados. É querer ficar 'grudado' no final de semana - e querer isso em todos os finais de semana. É aceitar que ter opiniões diferentes é normal, e que nem todo mundo acorda de bom humor. É encarar uma discussão como uma discussão apenas, e saber que nem centenas delas seriam suficientes pra te fazer desistir. Um relacionamento perfeito, pra mim, é não ter dúvidas do sentimento do outro. É sorrir no meio da rua ao lembrar daquela declaração em forma de olhar, ou daquele abraço que não queria ser desfeito. É saber que não existe obrigação e, mesmo assim, ter certeza de que vai acontecer.
Não é a toa que eu me pego sempre com o mesmo pensamento quando o assunto é a busca pelo relacionamento. Quando eu menos procurava, encontrei. E, sem medo de ser feliz, me acho no direito de dar conselhos, já que agora tenho este relacionamento que, pra mim, é perfeito.

segunda-feira, 28 de março de 2011

8 anos


Uma grande amiga me perguntou se ainda comemorávamos aniversário de namoro, mesmo depois de casados. A resposta é sim - claro que sim! Dá pra parar de comemorar todas as decobertas sobre o outro, que despertaram os primeiros sentimentos? O primeiro beijo, as primeiras madrugadas em claro, as primeiras vezes que dissemos e ouvimos "eu te amo"? É possível deixar de celebrar os almoços, os jantares, os passeios e as viagens? E quem é que consegue não comemorar aqueles sorrisos, aqueles olhares de cumplicidade e os abraços que pararam o mundo pra te segurar? Não dá pra deixar de lado os aniversários de namoro e contar só os de casamento. É por isso que hoje tem comemoração. Porque são todos aqueles momentos e sentimentos que a gente sempre celebrou nos aniversários de namoro que ajudam a garantir os próximos - felizes - aniversários de casamento.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Febre noturna

Leite quente antes de ir pra cama, pra amenizar a dor de garganta. Ele trouxe pra mim, junto com o remédio - já era hora de tomar. Me aconcheguei em seu abraço e o sono veio rápido. De manhã, estranhei: ele dormia enrolado no edredom e eu, na colcha de piquet. "Você tava suando muito, choramingando... Acho que teve febre", explicou. E eu, que poderia ter passado a noite em claro, dormi como uma criança depois de um dia cheio. E descobri que o melhor remédio pra febre noturna é tê-lo ali, bem debaixo da minha coberta.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Mágica sem abracadabra

Ele fica me olhando com carinha engraçada quando acha que tem culpa no cartório. Grita junto quando alguém está gritando - seja na TV ou no vizinho. Coloca a preguiça de lado e sai do sofá num domingo de chuva só pra me comprar um capricho. Ele imita os bichos dos vídeos engraçados de animais. E depois passa o dia todo me chamando pelos nomes dos bichos que imitou. No outro dia, o apelido muda. Muda de novo. E de novo. Ele usa toda sua criatividade pra me colocar apelidos. Ele diz "que óoodio" igual criança pequena quando a mãe diz que não pode ir pra casa do coleguinha. Ele choraminga de mentirinha e pede "me deixa quieeeeeto! Eu só quero ficar de boa..." quando estamos deitados e eu falo sem parar. E isso me faz dar risadas. E isso me faz ter certeza de que todas as escolhas que fizemos juntos foram as certas. E me faz ter dúvida se existe alguém no mundo mais feliz que eu. Porque ele faz mágica. Ele faz os finais de semana serem sempre inacreditavelmente perfeitos. E consegue até fazer com que os dias de semana pareçam férias. Mesmo que só nas minhas lembranças.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Backstreet Boys Cruise - Dia 4

Acordamos como nos últimos dias: pulando da cama, com medo de perder algo que pudesse valer bem mais do que alguns bons minutos de preguiça no quarto. A gente se trocou e correu pro Deck9 pra mais um café da manhã. De novo, lá estava o Sr Breaskfast, Howie D, que comia bem perto da nossa mesa. Enrolamos um pouquinho, na esperança de ver mais alguém por ali, mas penso que eles deveriam estar tão cansados como nós – e devem ter preferido aqueles minutos de preguiça na cama. Voltamos pra cabine. Hoje era preciso se arrumar. Afinal, não é todo dia que você tem horário marcado pra tirar uma foto com as suas amigas e os seus ídolos. A sessão de fotos, assim como a Beach Party, foi dividida em 2 grupos. Eu estava no segundo. Os grupos deveriam ser de 8 pessoas e tínhamos 7 no nosso: Dê e Sil pra “dividirem” o AJ, Lucy e Sarah “compartilhando” o Nick, Aida e Gah pra abraçarem o Howie, e eu estava sozinha, pra ficar ao lado do Brian. Confesso que torci pra que não aparecesse mais ninguém, e pra que nos deixassem entrar como um grupo de 7. Deu certo. As meninas, que já tinham tirado suas fotos, passaram por nós e contaram em qual posição estavam os meninos – Brian, Howie, Nick e AJ – e a gente passou o tempo restante programando como entrar, o que fazer, o que dizer. Não que isso fosse adiantar alguma coisa, claro. A gente sempre se esquece de tudo na hora do vamos ver! Lá dentro, nossas músicas favoritas inundavam o ambiente, fazendo a turma cantarolar e controlar um pouco a empolgação que tomava conta de cada rostinho naquela fila. Chegou a nossa vez. Os seguranças estavam por perto e ouvimos, mais uma vez, uma das frases mais faladas quando muitas pessoas os cercavam: “no kissing, no touching, no huging!”. A gente se olhou e riu. Começamos a subir naquele “palco” onde os meninos estavam – eu era a última – e, de repente, a fila do meu grupo parou de andar. Não sei se pra tentar fazer com que o tempo passasse mais depressa ou mais devagar, peguei um pouco de álcool em gel [estava ali, pra quem quisesse usar] e comecei a esfregar as mãos. O problema é que, naquele exato momento, a fila andou. Eu subi no palco e dei de cara com um sorriso enorme vindo em minha direção. Era o Brian. Ele vinha sorrindo e, quando olhou pras minhas mãos, fez uma cara engraçada e esfregou suas mãos nas minhas, fazendo graça, me ajudando a acabar de vez com aquele álcool em gel. Então ele esticou os braços, como se indicasse o caminho. Eu disse que queria estar ao seu lado pra foto, ele sorriu e disse “mas é claro!”. Justin se posicionou pra foto, abracei o Brian e vimos o flash. Eu me virei, dei nele um abraço e saí. Não tive muito tempo pra falar com os outros. Tinha outro grupo pra foto logo atrás. Somente sorri e disse oi. Eles sorriram de volta. AJ disse “nos vemos à noite, no show”.


Saí do photoshoot e fui encontrar minhas amigas – adivinha onde? Acertou quem disse Deck 9! Fiquei com a Fabi e a Karen ao lado da Leigh, que tomava sol enquanto Baylee se divertia com os primos no toboágua. Passaram-se somente alguns minutos quando Brian chegou. A gente subiu para perto do toboágua onde o Baylee se divertia e, logo depois, como se desta vez eles é que estivessem nos seguindo, também subiram – Leigh, Brian e Drew. Ficaram conversando bem na nossa frente, sem outras fãs ou qualquer outra pessoa por perto, tentando resolver um problema de família como qualquer pessoa o faria – Baylee tinha brigado com uma criança no toboágua. O sol estava muito forte, e decidimos ir pra nossa querida mesa do restaurante. As outras meninas chegaram, e a gente se divertiu e riu muito, já sabendo que tudo aquilo deixaria muita saudade. Foi em meio a muitas gargalhadas que Brian e Leigh chegaram e, mais uma vez, se sentaram ali, bem ao nosso lado. Howie também passou por lá com o Mike – um momento que nos fez rir mais ainda, mas este não dá pra contar aqui. Teria que ser interpretado!


No meio da tarde, enquanto os meninos passavam o som dentro do Palladium, ficamos do lado de fora das portas fechadas, ouvindo tudo, cantando, dançando, rindo e nos divertindo como meninas de 15 anos que ouvem suas músicas favoritas dentro do quarto, usando a escova de cabelo como microfone. Chegou a noite, e era hora do show! Foi simplesmente incrível. Mas dessa vez não fiquei sentada no assento demarcado. Era simplesmente impossível não ficar de pé! O show foi contagiante! Cada música era mais emocionante que a anterior, e me fazia sentir uma onda de adrenalina e alegria como poucas vezes senti na vida. Cantei, pulei, dancei, me diverti. Chorei. O show acabou.


Subimos para o Deck 9. Back & Blue Night: a última festa. A última noite. Fazia muito frio e o vento era gelado. Uma chuva fina ameaçava aumentar. Decidiram mudar a festa para a boate. Quando chegamos lá embaixo, encontramos correria, fila e seguranças dizendo que não cabiam mais pessoas dentro da boate. Eu, que já estava exausta, não liguei muito. Fiquei sentada com as meninas num dos banquinhos, conversando. Ouvi algumas pessoas bravas, revoltadas, achando o fim da picada, e eu, não sei se por influência do sono ou de uma onda de paciência que invadiu meu ser, sabia que, mais cedo ou mais tarde, entraríamos ali e poderíamos nos divertir. E quando a gente se acalma, e quando a gente não tem pressa, as coisas acontecem. Um dos seguranças chamou e eu só me lembro da Karen me dando uma bicuda na canela “levanta! Anda! Vem aqui!”. Eu, sem ter visto o que tinha acontecido, simplesmente as segui. Quando me dei conta, já tinha no pulso a pulseirinha pra entrada na boate. Lembro da PatiD me chamando e dizendo que o Brian estava no Cassino. Tive muita vontade de dar meia volta e ir até lá, mas o segurança “empurrava” a fila e não consegui sair. Dentro da boate, os meninos estavam em um dos cantos – era bem fácil perceber, afinal, era havia ali um aglomerado de pessoas e flashes. Eu e as meninas ficamos por perto, e logo os seguranças abriram caminho em meio às pessoas, pois o AJ passaria por ali. Eu, sempre com a sorte nos ombros, era a primeira da “barreira humana”. AJ passou, disse oi, pegou na mão e foi direto pra cabine do DJ, de onde agitou a galera e cantou “F**k you”, do Ceelo. Foi super divertido.


Depois de um tempo, quando o sol se preparava pra nascer, eu já não agüentava mais. Fran e Rê riam de mim enquanto eu lutava contra um sono quase tão intenso quanto os dias que eu tinha vivido. Desisti de lutar e fui pra cabine. Era hora de cair na cama de novo, sem nem ter tempo pra pensar que aquele tinha sido o último dia de uma viagem que eu nunca vou esquecer.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Backstreet Boys Cruise - Dia 3

Era um dos dias mais esperados. O dia da Beach Party. O dia de pisar num pedacinho do México. O dia das bebidas e comidas “grátis” e o único dia em que usei biquíni – não era o esperado pra quem faz um cruzeiro, mas foi o que aconteceu! De pé, de biquíni e com a bolsa de praia, fomos pra nossa mesa no Deck9, tomar café da manhã com o Howie ;) Ok, ele estava em outra mesa, mas é que a gente já tinha se acostumado tanto, que parecia que estávamos juntos! Nossa turma fazia parte do Grupo 1, que sairia do navio às 12h45. Nos reunimos no Palladium e, em terra firme entramos em um dos 5 ônibus que nos levariam até o Playa Mia Resort.

O lugar era a tradução da palavra paradisíaco. Uma praia particular lindíssima, com areia fininha, coqueiros e a água mais azul que já vi na vida. Juntamos algumas mesas, ajeitamos nossas bolsas e deixamos algumas japonesas de boca aberta com os nossos biquínis – não, não eram biquínis indecentes... eram biquínis brasileiros! Várias mesas aglomeradas embaixo da tenda denunciavam onde eles ficariam – e logo várias fãs ocupavam o entorno do lugar. Manny, nosso amiguinho-segurança-do-corredor-do-deck7 nos contou por onde eles chegariam, e ficamos de olho. Eles entraram, e eu estava bem perto da escada que os levava até a sacada de uma “casinha” ao lado do palco. AJ, Nick, Howie, famílias, Jen e Justin 1 e 2 subiram as escadas, enquanto eu vi que o Brian deu a volta e, junto com “os agregados”, foi pra um lado um pouquinho afastado da praia. Eles se aconchegaram nas cadeiras de praia, enquanto as crianças foram direto pra água. Eu parei e fiquei conversando com o Drew por alguns minutos, até que decidi pegar minha câmera pra tirar algumas fotos do lugar. Foi com a câmera na mão que olhei pra onde estava minutos atrás e vi que o Brian se aproximava. Fui novamente pra lá, e vi quando ele negou uma foto a uma garota, dizendo que precisava comer alguma coisa, mas voltaria logo. Percebi que uma foto não adiantaria pedir... então, sozinha ao lado dele, eu apenas disse enquanto ele passava “oi, Brian! Tudo bem?”. E ele, que tinha uma tatuagem removível de um coração BSB no pescoço, respondeu “tudo bem” e disse que estava com fome, em meio àquele sorriso enorme que quase nunca sai do seu rosto. Conversei um pouco mais com o Drew e voltei pra junto das meninas, logo abaixo da varanda onde eles estavam – agora, todos eles, inclusive o Brian. Depois de piadinhas, risadas e Nick molhando as fãs com um revólver de água, eles desceram e foram para o palco.De repente, uma surpresa: a Lulli, que não iria na Beach Party.. apareceu! O sorriso enorme no rosto e as mãos tremendo denunciavam algum "backstreet envolvimento" ali. E tinha, claro. Ela ganhou o ingresso. Ela ganhou o ingresso da Lauren e do Nick. Pois é. E ainda foi pro resort no ônibus deles, e subiu naquela varandinha que fez as vezes de área VIP. Era mais um golpe dela, a sorte, que ficava ali, rondando a nossa turma.

Anunciaram diversão – opa! A gente já sabia! – e jogos de praia com as fãs. Escolhidas aleatoriamente pela staff da Rose Tours, algumas fãs subiram no palco pra jogar Twister com os boys. Foi muito engraçado. Como era de se esperar, os comandos do jogo deixaram os competidores em posições inexplicáveis – e, muitass vezes, embaraçosas! – o que rendeu ótimas risadas. Depois do jogo, as fãs desceram do palco e, enquanto AJ e Nick corriam para um mergulho no mar [seguidos por dezenas de fãs!], eu, Fabi, Fran, Karen e Luli ficamos curtindo o som do DJ, enquanto as outras meninas da turma estavam mais perto do palco observando cada movimento do Brian e do Howie. E foi de repente que senti alguém me cutucando. Fiquei surpresa quando vi quem era: Kevin, aquele segurança enorme e mal educado que me negou a pulseirinha VIP na International Luv Party. Olhando pra mim como quem pergunta “que horas são?”, ele disse “quer subir no palco pra jogar com os Backstreet Boys?”. Hummm... que pergunta difícil... que dúvida... NOT! “É claro”, respondi, entregando minha câmera para as meninas e acompanhando o tal Kevin até a lateral do palco. Encontrei garotas de diferentes lugares, todas tão empolgadas quanto eu, e fiquei curiosa... qual seria o jogo? Elas respondiam “limbo! Do the limbo” e eu só conseguia pensar “que raios de limbo vocês estão falando?”. Foi quando uma das meninas me mostrou, com movimentos corporais impossíveis de se confundir, qual seria a brincadeira: dança da cordinha. Cheguei a me arrepender de ter aceitado aquele convite por alguns segundos... Eu? Dança da cordinha? Com os Backstreet Boys? Foi quando vi a Eda e a Ale do meu lado, perguntando o que eu estava fazendo ali. “To na fila! Vou subir no palco pra jogar!”. E a Ale, uma das pessoas mais engraçadas que eu já conheci, respondeu “eu também vou”, enquanto entrava na fila ao meu lado, depois de perceber que ninguém estava olhando. Comecei a rir e pensei “então já que vamos pagar esse mico juntas... eu topo!” Fomos chamadas. Com um pouco de vergonha e muita empolgação, subimos naquele palco improvisado, já dando início à nossa crise de riso enquanto as meninas da turma nos viam ali e acenavam, gritando “Quel! Ale! Minhas amigas! São minhas amigas!”. Brian de um lado, Howie do outro, cada um segurando uma extremidade de um pedaço de pau – ok, acho que “dança da cordinha” poderia ali ser chamada de “dança da varinha” ou coisa do tipo. Enquanto algumas meninas usavam todo o seu gingado e, digamos, “charme” pra passar ali embaixo, Ale e eu ríamos muito. Estávamos nos divertindo. Eu aproveitei pra fazer uma horinha, e trocar mais algumas palavras com eles. Minto. Com ele... desculpa, Howie querido do meu coração... mas eu ficava conversando era com o Brian! Ele conversava, ria, dava conselhos sobre como passar ali embaixo. Ficamos ali nesse passa-não passa por uns bons 10 ou 15 minutos, e depois foi a vez do Brian e do Howie dobrarem os joelhos. O jogo acabou e a Jen nos contou qual seria o premio: um abraço. Um abraço no Brian e um no Howie. Eba! Mais abraços! Enquanto as meninas se jogavam e distribuíam leves braçadas nas outras, querendo chegar mais rápido até eles, eu fiquei rondando, observando, rindo... Até que chegou a minha vez: primeiro abracei o Howie e logo depois, mesmo com os seguranças dizendo que tínhamos que descer do palco, cheguei até o Brian e ganhei dele um abraço, que fez valer qualquer mico que eu poderia ter pago ali em cima daquelas mesas aglomeradas em forma de palco.

Desci junto com a Ale, morrendo de rir, e corremos em direção às nossas amigas, que estavam super felizes, mostrando fotos e filmes que fizeram enquanto estávamos lá em cima. A sorte das brasileiras não tinha fim, e a Gah foi escolhida para o próximo jogo – pelo próprio Nick! Enquanto team AJ e team Nick brincavam de cabo de guerra na beira da praia, eu fui de novo em direção àquela parte mais privada e menos movimentada do lugar, e encontrei Brian, Howie e DJ Lani jogando volley com algumas fãs. Eu sou péssima em praticamente todos os esportes, então nem arrisquei pedir “de fora” naquela partida. Preferi ficar ali batendo papo com o Drew, tirando algumas fotos e observando, sem pensar que nunca na vida poderia imaginar ficar ao lado do Brian enquanto ele fazia um saque. Infelizmente, a hora de ir embora chegou tão rápido quanto aquele por do sol incrível, e tivemos que recolher nossas coisas pra voltar pro porto. A farra dentro do busão deu até dor no maxilar. Era impossível parar de rir! Depois de fazer compras nas lojinhas do porto de Cozumel, voltamos ao navio, prontas pro próximo evento: Shining Star Karaokê Night. Simplesmente sensacional.

Dos nossos acentos na fileira CC vimos fãs cantando junto com os meninos, que dançavam, riam e se divertiam muito. Cada apresentação foi especial e única... e acho que presenciei ali um dos poucos momentos de “realidade” dessa viagem. Não sei explicar como ou porque, mas, em quase todos os momentos, eu não conseguia pensar “meu Deus, o que está acontecendo?”. Eu simplesmente observava, aproveitava, vivia aquilo. Naquela noite, não sei porque, foi diferente. E em alguns momentos eu me vi com lágrimas nos olhos, pensando se era real. Lutando contra o sono que era quase mais forte que eu depois de 3 noites mal dormidas e um dia de muito sol, eu ri, chorei, cantei, dancei e aproveitei cada segundo de uma noite inesquecível.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Backstreet Boys Cruise - Dia 2

A parada em Key West estava marcada para as 7h30 da manhã. Levantamos cedo e fomos direto para o Deck 9 – queríamos, de novo, encontrá-los no café da manhã! Howie não desapontou: estava lá, a duas mesas da nossa, tomando café com a família. Sempre simpático e fazendo valer seu apelido “Sweet D”, ele parou e tirou fotos com aquelas fãs cheias de olheiras por terem ido pra cama tão tarde e se levantado bem cedo pra terem a oportunidade de estar ali.


Ainda ficamos um pouco mais no restaurante, na esperança de que mais alguém se levantasse cedo e fosse atender aos pedidos de um estômago vazio. Mas o único que, como nós, se levantou bem cedo, foi o Howie. Sempre em turma, descemos do navio e subimos naquele trenzinho que nos levaria até Key West – aquela cidadezinha linda que mais parecia cenário de filme americano. Lembro de rir quando uma das meninas disse “daqui a pouco sai o Tony Ramos dali, gente! Isso tá parecendo estúdio do Projac!”. Passeamos e tiramos fotos naquelas ruazinhas cercadas por casinhas de madeira, mas nossa cabeça ficou no navio. Logo entramos na fila e, mais uma vez, nos sentamos naquele trenzinho – agora pra voltar ao porto. Entramos e fomos para um dos nosso lugares favoritos – o restaurante do Deck 9! Foi chegando lá que uma menina, com cara de quem dormiu tanto quanto eu, passou correndo por mim dizendo que o Brian estava jogando golfe. Não entendi porque ela corria para o lado oposto da pista de golfe, mas decidi subir até o Deck 10 e ver o que aconteceria. E quando subi, lá estava o Brian, jogando golfe com o Baylee e seus sobrinhos, enquanto uma Leigh vaidosa protegia os cabelos, para que não ficassem atrapalhados por causa do vento. Além de mim, algumas outras poucas fãs observando aquela cena e um senhor desavisado tinha que se desviar de nós enquanto tentava fazer sua corrida matinal na pista de cooper.

Avistei o Drew perto da escada e me aproximei. Perguntei se ele se lembrava de mim, e ele disse que sim, super simpático. Então questionei se ele achava que eu poderia tirar uma foto com o Brian ali em cima, e a resposta que ouvi não poderia ter sido melhor: “assim que ele acabar de jogar, você tira, pode ser?”. Claro! Claro que poderia ser! O que seriam alguns minutos para alguém que já havia esperado 14 anos? Enquanto eu esperava, pude ficar observando, ali, bem de pertinho. Então a Leigh apareceu, me cumprimentou e conversamos rapidamente sobre a Wylee. E fiquei ainda mais feliz quando algumas das minhas amigas chegaram. Fabi, Lulli, Rach e Taty. Estávamos juntas mais uma vez, em mais um momento inesquecível. Havia chegado a hora. Eu iria, finalmente, tirar minha foto com o Brian. Depois de tantos anos esperando, imaginando se isso seria um dia possível, o momento estava ali, bem na minha frente. Aproximadamente 10 fãs esperavam que ele descesse as escadas pra que pudessem, como eu, tirar uma foto. Não corri em direção a ele, não fui a primeira nem a última a abraçá-lo e minha foto provavelmente não é diferente das outras que foram tiradas ali. Mas só eu sei o que aquele click significou. Só eu sei o que vou lembrar sempre que olhar essa foto. Só eu sei o quanto eu esperei e sonhei com aquele momento. Só eu sei o quanto aquele sorrisinho valeu a pena. Abracei o Brian, sorrindo, e olhei pra câmera na mão da Fabi. Consegui minha foto. Eu tinha uma foto com o Brian. Agradeci, ele disse “you’re welcome” e se preparou para a próxima foto, com a próxima fã.


E eu saí dali, meio sem pensar, indo em direção à Leigh e ao Baylee, que estavam logo à frente. Ela, a miss simpatia, tirou mais fotos com a gente, conversando e rindo, sempre de olho no maridão. Quando todas as fãs tiraram suas fotos com o Brian, eles desceram e foram para suas cabines. Eu e as meninas fomos encontrar o resto da turma naquela que já era a nossa mesa no restaurante do Deck 9. Eu estava tão feliz! Mais uma vez, os músculos do meu rosto se contraíam num sorriso impossível de domar. Só parei de sorrir ao ver a tristeza da Taty que, sem querer, apagou a foto que tinha acabado de tirar com o Brian. As lágrimas nos olhos dela nos fizeram calar, mas a sorte que tínhamos tido até ali me fez ter segurança pra afirmar que ela conseguiria, sim, outra foto com ele. Depois de muita limonada, chocolate quente, cereais, pães e bolos, era hora do “evento Backstreet Boys” do dia, no Palladium: This Is Us Questions & Answers. Logo depois de sentarmos nas poltronas da fila CC, os meninos entraram no palco e chegaram suas poltronas pra mais perto das fãs. Eles ficaram em cima do palco, sentados [na maior parte do tempo, quando não se levantavam para fazer uma gracinha ou outra!], respondendo as perguntas escolhidas. Fiquei muito feliz ao ver que as perguntas de duas amigas faziam parte daquele evento – Sil e Shmoo – e, mais uma vez, não conseguia parar de rir daqueles Backstreet Palhaços, que fazem piada de tudo. Quando o Nick disse que estava com fome, a imagem da nossa mesinha no Deck 9 veio à mente, e sabíamos bem pra onde ir ao sair do Palladium. Não sei exatamente quanto durou o Q&A, mas acho que ficamos ali bastante tempo, pois foram muitas perguntas e muitas respostas.

Saímos e pegamos o elevador para o Deck 9. Minutos depois, a Rê apontou o outro lado do restaurante, onde, segundo ela, o Nick tinha acabado de passar. A gente se levantou e, como quem não quer nada, fomos pra pizzaria. A Rê apontava, mostrava, falava “ail, gente!”... e nós não víamos o Nick! Não, não porque tinha muita gente... não tinha quase ninguém! A gente simplesmente não conseguia enxergar o Nick! Cheguei a ficar brava com a Rê, dizendo que aquela era uma brincadeira sem graça, e afirmando que o Nick não estava ali. E ela, com aquela carinha fofa, falando “eu juro! Ele tá ali, gente! Olha!”. E então a gente viu. Conseguimos identificar o Nick numa rodinha de quatro ou cinco rapazes de camiseta branca! Algumas fãs rodeavam o loiro, mas pareciam ter um certo receio em se aproximar – seria pela fama de grosso do Nick? Eu esqueci da fama, esqueci das outras pessoas e, por alguns segundos, acho que me esqueci até de olhar se as meninas estavam perto de mim ou não: com a câmera pendurada no pescoço, andei em direção a ele. Foi quando Nick e Mike [segurança] foram para o outro lado, tentando fazer o pedido da pizza pela entrada dos funcionários, onde ninguém poderia “fingir” pedir uma pizza só pra ficar por perto. Eu me aproximei e disse oi. Nick, que fazia o pedido ao pizzaiolo, nem olhou pro meu lado, enquanto Mike me disse que ele não tiraria fotos naquela hora, porque iria comer. Talvez, uma foto depois. Foi então que eu fiz minha melhor cara de gatinho do Shrek, reuni todo o meu conhecimento cara de pau e disse “mas eu não vim tirar foto! Vim só falar oi!”. Mike olhou pro Nick, que já tinha terminado de fazer seu pedido e se virou pra mim, com um sorriso digno de photoshoot, e me disse “oi! Tudo bem?”. Eu sorri e o Nick me abraçou. Eu respondi que estava tudo bem, e só tinha ido mesmo falar oi. Ele continuou sorrindo e eu saí, falando tchau. Não, infelizmente não consegui tirar foto com o Nick... mas ganhei um pacote sorriso + abraço que marcou mais do que qualquer fotografia! Logo depois, as meninas chegaram, e eu fiquei me gabando, contando pra todo mundo sobre meu “momento Nick” – mas ele já não estava mais ali; acho que tinha ido comer na cabine. Depois de dar uma volta pelo navio, decidi fazer mais uma horinha enquanto a Rach tomava banho, e fui tirar fotos do oceano com a Fabi e a Lulli. Alguns clicks depois, percebemos uma movimentação na quadra, e não pensamos duas vezes: corremos pra lá. Era o Brian... jogando basquete com o Baylee e os sobrinhos! Era simplesmente Brian sendo pai, brincando com o seu filho, algo que eu nunca poderia ver em um show. Foi uma delícia ficar ali, do lado da quadra, com algumas outras fãs, enquanto Baylee tentava roubar a bola do pai, se pendurava em suas pernas. Entre uma jogada e outra, Brian chegava perto de nós, falando coisas como “viu o que ele fez?” ou “essa foi boa”, fazendo parecer, ainda mais, que aquela era uma situação comum. Depois de uma meia hora, eles pararam de jogar e desceram para o Deck 9. Enquanto todo mundo seguiu o Brian, eu dei a volta, e acabei ficando sozinha de um lado, enquanto todo mundo estava do outro. Meu único companheiro era o Drew, que ficou super interessado querendo saber sobre pão de queijo e churrasco. Brian, Leigh e Baylee estavam logo à minha frente. Decidi que aquele era um bom momento pra reforçar minha imagem de “fã tranqüila” perante o Drew – o que continuaria me abrindo portas... então eu saí e fui pra cabine, enquanto o pessoal ficou lá em cima, aproveitando um pouco mais o tempo perto do Brian. O melhor foi saber depois que a Taty conseguiu falar com ele, contar que tinha apagado aquela foto... e ele fez pose de novo, pra uma nova foto com ela.


Nos aprontamos para o jantar mais chique do passeio – a noite do comandante, que era também a noite de uma das festas mais esperadas do Cruise, a Masquerade Night. Como combinado, chegamos cedo ao restaurante, e nossos amiguinhos garçons tinham reservados nossas mesas. Brasileiras distribuídas em duas mesas enormes, a alguns metros de onde eles estavam. Foi nessa noite que a Ale bateu palmas quando o Nick passou – e fez todo mundo cair na risada. Quando a Rochelle foi ao banheiro, eu levantei e fui atrás. Sim, tinha gente seguindo AJ, Nick, Howie e Brian até o banheiro. Eu segui a Rochelle. Pedi pra ver suas tatuagens, e ela, muito fofa, me deu a maior bola. Ela é linda e foi incrivelmente simpática. E foi nessa noite que uma garota [infelizmente não conheço! Apenas conversei com ela na noite anterior] mandou uma garrafa de vinho pro Nick, em nome de todas as brasileiras. Ela estava em uma mesa ao lado da nossa e, no exato momento em que nós, que não sabíamos de nada, nos levantávamos pra ir embora, o Nick passou, indo até a mesa da garota para agradecer e tirar uma foto com ela. Já estávamos todas de pé quando ele passou novamente por nós, pra voltar pra sua mesa, e ele disse alguns “thank you” que só pudemos entender mais tarde, enquanto nós dizíamos 'oi' e sorríamos, pensando na sorte que mais uma vez aparecia ali, bem do nosso lado. Passamos na cabine, pegamos nossas máscaras e subimos para o Deck 9. Masquerade Night. Ficamos ao lado de uma das escadas que levava até a área VIP, pois sabíamos que ali seria mais fácil ter a sorte de ser uma das pessoas escolhidas pra subir. Olhei pra cima e vi aquele senhorzinho simpático descendo as escadas. Era o Billy, funcionário da Rose Tours, que eu tinha conhecido no primeiro dia, no hotel. Ele veio me cumprimentar e perguntou “quem está com você, na sua cabine?”. Apontei a Rach, e ele estendeu a mão... com duas pulseirinhas VIP! Surpresa, agradeci e disse que ele não poderia imaginar o que aquilo significava pra mim. Ele apenas sorriu e disse que, pra ele, significava mais ainda, porque podia ver a minha alegria. Chamei a Rach, entreguei a pulseirinha, e subimos as escadas, prometendo às meninas que tentaríamos conseguir pulseirinhas pra elas. As fãs que já estavam lá em cima tomavam a grade que nos separava da área VIP dentro da VIP [onde ficavam os Boys e acompanhantes], então ficamos passeando, conversando com todo mundo, tirando fotos. Quando Nick e AJ desceram para dar uma volta entra as fãs, passaram por nós, pudemos falar um oi rápido. Acompanhando o que o DJ escolhia, vi Brian e AJ cantando “London”, AJ se emocionando com “We’ve got it going on” ao ver que as fãs se lembravam de algo que eles faziam há 15 anos e a Leigh dançando e se divertindo com o Brian, como se fossem namorados começando um relacionamento. No começo da madrugada, a amizade com a fofa da Michelle apontou a sorte mais uma vez: ela nos levou pra área VIP dentro da VIP. Sim, naquele lugarzinho onde ficavam os Boys e acompanhantes. Infelizmente, quando entramos Brian e AJ já tinham ido embora, mas Howie e Nick estavam lá, curtindo a festa. Nick tomou o lugar do DJ e tocou as músicas inéditas do seu CD solo. Ele estava se divertindo... e a gente também! Estávamos ali, bem ao lado dele – sem grade, sem segurança em cima, sem nada. Foi incrível! Dançamos muito, rimos, aproveitamos cada momento. Pude conversar um pouco mais com a Jen, o Q e o Lani, além de conhecer mais pessoas da Rose Tours. O melhor da festa foi quando, depois de algumas horas, Fabi, Karen, Taty, Shmoo, Pati, Lulli e Lucy também entraram na VIP! Já era tarde e a maioria das pessoas já tinha ido pra cama, então os seguranças deixaram que entrassem.

Quando Nick abandonou o posto de DJ e desceu pra sua cabine, decidimos que seria uma boa ideia irmos também pra cama – afinal, era apenas o segundo dia! Ainda tínhamos muito pela frente, e dormir seria uma boa ideia. Seria. Decidimos passar no Deck 7 e dar um oi pro Manny, nosso amiguinho-segurança-do-corredor. Quando chegamos, ele ficou tão feliz por termos ido lá somente pra falar com ele, que deu a dica: AJ tinha acabado de sair e voltaria em 10 minutos. “Se quiserem tirar uma foto com ele, essa é a chance”, alertou Manny. Ele nos mandou ir para o outro lado do corredor, onde estava o outro segurança [ainda não o conhecíamos, mas se chamava Dave], e ele daria o “ok”, pra que Dave nos deixasse ficar ali. Sentadas no corredor, com muito sono, esperamos que o AJ voltasse, enquanto ríamos muito. Você sabe... em rodinha de mulher só se fala besteira, né? Sorte que o Dave não entendia português! Combinamos: cada uma tira sua foto com o AJ e sai, pra que dê tempo de todas tirarem suas fotos antes que ele se canse de nós. A gente viu primeiro o Q, saindo das escadas, e soubemos que o AJ estava com ele. AJ passou por nós, dizendo boa noite, então o chamamos, e perguntamos se ele tiraria umas fotos com a gente. Com aquela carinha de urso bonzinho, ele disse “claro que sim”, e veio sorrindo em nossa direção. Eu fui a primeira. Fiquei ao lado dele, no corredor, abracei, e Fabi tirou a foto. Eu sabia que tínhamos combinado de “tirar a foto rapidinho e sair, pra que desse tempo pra todo mundo”... mas meu cérebro não quis obedecer! Dizia pra mim mesma “é a sua oportunidade de conversar com ele!”. Então minha boca se abriu e comecei a falar. Falei sobre o CD solo, sobre “What If”, queria falar muito mais... mas as meninas me tiraram daquele transe gritando “sai daí! Para de falar, Quel!”. AJ olhou achando graça enquanto eu pedia desculpas e me justificava "mas eu precisava falar com ele, gente!”.


As meninas foram, uma a uma, para perto dele, pra tirar as fotos. AJ foi super fofo. Fez as poses e as vontades de cada uma, inclusive quando começaram a pedir uma segunda foto, agora dando ou recebendo beijinhos. Eu, a fotógrafa da vez, disse que nem precisaria de outra foto, mas um beijinho eu até aceitava. E ganhei. Depois de nós, duas fãs japonesas também tiraram fotos com ele, que em seguida pediu licença pra ir dormir – totalmente compreensível, afinal, já passava das 5h. Ele deu tchau e fomos pras cabines, felizes da vida com a nossa saga e nossos prêmios em forma de foto. E enquanto a Lulli garantia que nunca perderíamos aqueles arquivos e copiava tudo pro seu notebook, o Q nos encontrou na escada e, espantado, brincou, pedindo pra irmos dormir “já chega, gente!”. E foi quase com o nascer do sol que a gente conseguiu se deitar e garantir as poucas horas de sono da segunda noite no Cruise, sem tempo nem pra cair na real e acreditar que tudo que aconteceu naquele dia foi verdade.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Backstreet Boys Cruise - Dia 1

Mesmo cansada e com sono, meus olhos se abriram antes do toque do despertador. Esperei tanto por aquele dia, não poderia perder tempo dormindo! Liguei o chuveiro pensando se estaria tão frio lá fora como no dia anterior. A Lu acordou e fomos tomar café – se faltava alguma coisa pra me fazer crer que sim, eu estava mesmo nos Estados Unidos, o bacon, os ovos e a lingüiça no café da manhã não deixavam mais dúvidas. Antes de sair do hotel, reconheci no hall alguém com quem tinha trocado e-mails quase diariamente nos últimos meses: Michelle, a funcionária mais fofa da Rose Tours. Ela nos apresentou a alguns outros funcionários da empresa que estavam com ela – e que me abririam tantas portas nos dias seguintes! – e o crachá ALL ACCESS que ela carregava no pescoço fez nossos olhos brilharem.
Chegamos ao porto, e a movimentação era grande. Taxis, malas, carregadores, pessoas que estampavam no rosto e nas roupas que, como nós, vinham de outro lugar. A distração da Lu fez com que saíssemos da fila pra procurar seus papéis de embarque... e o que parecia atraso se mostrou sorte. Exatamente na nossa vez de passar pelo raioX e fazer o check in, a segurança passou a fita e nos fechou na fila. Não deu nem tempo de fazer cara feia: ouvimos uma dizendo pra outra que não poderiam abrir a fila ainda, porque ‘eles estavam chegando’. Senti a mão da Lu agarrada ao meu braço, enquanto ela olhava fixamente pra porta, e nós duas pensávamos “eles? Estão chegando? Eles? Será que são eles? Só pode ser!”. E sim, eram eles. Ali, sem ninguém à nossa frente, Brian, AJ, Nick e Howie entraram, com suas famílias e parte da staff, pra, como todo mundo, passar pelo raioX e fazer o check in. Não podíamos tirar fotos, e a Lu se preocupava “Ninguém vai acreditar quando a gente contar isso!”. Mas eu sabia que aquilo não importava. Não me importava se ninguém acreditasse! O que importava era que a gente estava ali, ao lado deles, enquanto passavam pela segurança. Foi a primeira vez que vi as esposas, namorada, noiva, filhos... Nick parou na nossa frente e fingiu tirar fotos com aquela mega câmera que ele sempre carrega pendurada no pescoço. Leigh B parou o carrinho do James bem na nossa frente, e aquele bebê fofo, que ainda não sabe que é famoso, esticava as mãozinhas em nossa direção, fazendo barulhinhos com a boca e rindo, achando tudo engraçado. Eles entraram. A segurança retirou a fita e nós passamos pelo raioX. Encontramos a Jen pelo caminho, e me ofereci pra ser sua assistente em troca de comida... sim, eu fiz isso! Ela riu. Fizemos nosso check in, encontramos as outras meninas e, quando menos esperávamos, eles passaram novamente por nós, entrando no navio.

Na hora do check in, a senhora simpática que não sabia falar meu sobrenome nos disse pra seguir rumo ao Deck9, onde estava sendo servido um brunch. Talvez por toda nossa excitação, somada à fome da maioria, não demos atenção à plaquinha que nos dizia para ir até o Deck3, buscar nossas pulseirinhas de identificação. E mais uma vez a sorte mostrou seus dentes: ao entrar no restaurante do Deck9, demos de cara com papai Howie, dando papinha pro James. A gente se sentou em uma mesa próxima à deles e, segundos depois, levei um susto enorme. Olhei para o lado, inocente, observando o navio... e vi o Brian! Brian, Leigh, Baylee e todo mundo que estava com eles... na mesa ao lado! Todas já o tinham visto, menos eu!

Tiramos algumas fotos discretamente, mas a Leigh percebeu... Então o Brian se virou e começou a falar coma gte, dizendo que achou que tirávamos fotos dele, mas depois percebeu que não, que estávamos fotografando a Leigh. Brian sempre fazendo graça. O tempo todo. E, de repente, algo que eu nunca [nunca!] esperei que fosse acontecer. O Brian se levantou... e veio até a nossa mesa! Ele veio, e conversou com a gente, fazendo gracinha. Durou alguns segundos, mas foi o suficiente pra ser inesquecível. O Brian veio na nossa mesa. E, dessa vez, a Lu nem precisou se preocupar se alguém iria acreditar ou não, porque a Taty filmou tudo:



E a gente achando que só veríamos os Boys nas festas e nos eventos. Acho que nenhuma de nós imaginou que seriam tão acessíveis... que conviveríamos com eles por 4 dias!
Chamamos o Q até nossa mesa, conversamos um pouco, ele se lembrou das meninas que tinham estado no SC em 2009. Disse pra ele que queria tirar uma foto com o Brian – sem atrapalhar, sem interromper sua refeição, quando desse... mas que queria muito, e perguntei se ele facilitaria isso pra mim. Ele disse que eu deveria falar com o Drew, que é o segurança do Brian. Eu fiz uma carinha pidona e lá foi o Q, todo simpático, até a mesa do Drew, apontou nossa mesa e disse “tá vendo aquelas meninas ali? Deixa elas tirarem foto com o Brian quando for possível, tá?”. E voltou pra nossa mesa, com cara de problema resolvido. Alguns minutos depois, algumas fãs histéricas invadiram o restaurante e formaram um mar de pessoas ao redor do Brian... As meninas se arriscaram e se enfiaram ali no meio, mas eu percebi que era tarde demais pra mim... e dei a volta. Fui até a Leigh, que estava sentada do outro lado da mesa... e sem fãns por perto! Conversamos durante alguns minutos, ela sempre olhando nos olhos, interessada pelo que eu falava. Fez perguntas sobre o Brasil e contou piadinhas, sempre segurando minha mão enquanto conversávamos. De vez em quando ela olhava pro Brian e ria dele tendo que lidar com tantas fãs ao mesmo tempo. Ela é linda. Linda. E muito, muito simpática! Confirmou tudo o que eu pensava sobre ela.

A gente se lembrou que tínhamos prazo pra buscar nossas pulseirinhas de identificação, e corremos pro Deck3. Logo depois, fomos conhecer nossas cabines – onde passaríamos a menor parte do tempo! – e depois, direto para o Palladium, o teatro, onde aconteceriam os eventos. Nosso assentos eram no lado direito, na parte superior. Apesar de não estarmos no mesmo nível do palco, estávamos bem perto! Deveríamos nos sentar ali todos os dias, como dizia a pulseira cor de laranja CC12. Começou o primeiro evento: Everybody Feud – BSB x Fãs! Quatro fãs foram escolhidas para subir ao placo e jogar com eles. Foi hilário. Desde o momento em que entraram no palco, nos fizeram rir. As perguntas eram ótimas, as respostas, ainda melhores. As performances deles, fazendo graça com tudo e rindo deles mesmos, foi impagável.

Não nos tendo feito rir o suficiente, fizeram logo em seguida o segundo jogo: She’s A Dream Dating Game! Cada um dos Boys deveria ficar de um lado do palco e, do outro, três fãs. Através de perguntas que os Boys faziam pra cada fã, eles tinham que decidir quem era a “garota dos sonhos”. A ordem foi: AJ, Brian, Howie e Nick. Cada um mais engraçado que o outro. Brian, claro, não se contenta em ficar no palco só na sua vez: entrou pra “ajudar” o Howie e o Nick e nos fez rir muito.

O jogo acabou com um convite: todo mundo pro Deck9, pra festa de boas vindas. Bebidas por conta dos Backstreet Boys! Eles ficavam em uma área VIP, dançando, cantando, fazendo graça e conversando com os fãs, que estavam lá embaixo. Esta festa foi bem rápida, e logo descemos para o Deck5, sala de jantar Universal. A turma de brasileiras era grande, e pedimos ao garçom uma mesa pra todas. Exatamente quando a Eda deu o sinal de que o Nick estava no andar de baixo, o garçom nos mandou descer as escadas. Até na hora do jantar a sorte apareceu: nossa mesa tinha uma vista privilegiada! Atrás de um balcão do restaurante, estavam as mesas mais cobiçadas do salão, onde eles estavam sentados. E foi mais uma das situações em que pensava “nunca imaginei que isso fosse acontecer.” Como se já não estivéssemos nos divertindo o bastante, chegou a hora do show dos garçons. Eles subiram nas mesas e começaram a dançar. Foi muito engraçado. E, de repente, mais uma surpresa: AJ e Nick se levantaram e foram para o centro do salão... onde, como os garçons, subiram nas mesas pra dançar!
Depois do jantar, era hora de colocar nossa roupinha do Brasil e subir pra International Luv Night. Assim como na festa de boas vindas, os Boys ficaram na área VIP, mais uma vez dançando, cantando, fazendo gracinhas e interagindo com as fãs. AJ era – ou pelo menos achava que era! – o host da noite. Não largava o microfone! Eles desceram e ficaram no meio das fãs, às vezes só passando pelo meio do povo, às vezes parando no bar. O frio e o vento do deck ao ar livre não desanimaram ninguém. A festa foi ótima.

Quase de manhã, exaustas, a gente foi de novo pro restaurante, pra comer pizza e tomar chocolate quente [sim, acredite... ao mesmo tempo!]. Rimos muito. As meninas foram incríveis. Que aquela viagem seria maravilhosa, eu já sabia. Mas tendo aquelas pessoas ao meu lado, eu tive certeza de que seria muito melhor do que eu esperava.