Ontem à noite saímos pra comer. A gente se sentou em uma mesa pequena, num dos cantos do lugar. No meio do sanduíche, o Yuri me olhou achando graça e disse "que linda a Quelzinha". Imediatamente olhei para os lados à procura de alguma mulher bem feia - porque, sim, ele sempre chama carinhosamente 'Quelzinha' qualquer mulher que assim seja. Mais uma daquelas piadinhas internas com um tom engraçadinho que só nós dois conhecemos. "Não... é você pequenininha! Olha como parece com você", ele disse, pra minha surpresa, enquanto direcionava o olhar para a garotinha que estava sentada ao meu lado, na outra mesa. Fiquei curiosa, mas não queria encarar a menina que se deliciava com aquele sanduíche sem imaginar que alguém a observava. Ele passava os olhos dela pra mim, de mim pra ela, sem parar, com um sorrisinho no canto da boca, se divertindo. Olhei rapidamente, enquanto ele dizia que "...até as roupinhas são parecidas!" E eram mesmo. Aquela menina branquinha, de olhos verdes e cabelo liso vestia calça jeans, tênis e uma blusinha de manga comprida por baixo da camiseta. Era mesmo uma Quelzinha. Não que eu tenha sido exatamente igual quando tinha sua idade, mas quem não me viu criança poderia mesmo imaginar que eu tinha sido assim. Adorando a situação, o Yuri cutucou a mãe da menina "Elas não se parecem? São iguaizinhas!". A mãe achou graça, enquanto o olhar tímido da menina me analisava, curiosa. "São iguaizinhas!", ele insistiu. E mais uma coisa em comum: as duas ficaram com as bochechas vermelhas, epserando alguma fala, algum movimento, que tirasse delas a atenção. "Diferença só de alguns anos", disse a mãe da menina, deixando claro que estava gostando da situação. Elas pagaram a conta e saíram, enquanto a gente terminava de comer. Na volta pra casa, uma frase insistiu em passar várias vezes pela minha cabeça. Será que ela vai ficar parecida comigo quando crescer?
Um comentário:
Vocês deveriam ter pego os contatos dela, quem sabe são parentes?
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