
A nossa área de atuação me surpreende a cada dia. Eu fico realmente im-pres-sio-na-da com a falta de profissionalismo das pessoas! Minha sogra veio fazer uma visita, e trouxe do interior um jornal(eco), que deixou por acaso em cima do meu sofá. Ao ver que era lá da city, peguei pra dar uma folheada. Lá em cima, antes do nome do jornal, três palavrinhas: Jornalismo, Publicidade e Ética. Bom. Pois bem, vamos ver. Logo de cara, na primeira página, um texto que falava sobre ano novo/ vida nova. No fim, a frase “estamos de olho!” e aqueles robôs ridículos do Big Brother de tooodo tamanho, ilustrando a ‘matéria’! já fiquei impressionada com a ‘ética’ e com a noção de comunicação das pessoas, que se propõem a fazerem um jornal, mas não sabem ao menos que não podem utilizar uma imagem sem autorização (e nem tente me convencer que eles têm autorização da Globo pra usar essas imagens... ahãn!). Depois de ficar abismada com alguém que coloca a palavra ‘ética’ na primeira linha do jornal e me faz uma dessas, continuei folheando. Muitos anúncios ridículos com fachada de loja e frases feitas e muitas fotos de festa depois, encontrei mais uma pérola. Um anúncio de meia página, de uma escola que atende alunos da creche ao segundo grau. Ao lado da logomarca, a chamada do AD era “Aqui você cresce”. Mas o problema não era esse... mas sim a imagem logo abaixo. De um lado, a Mônica (sim, a dentucinha e sabichona do Maurício de Souza! Essa mesma!), pequenininha, como nos gibis que eu e você líamos na infância. Do outro lado, a mesma Mônica, dessa vez em sua atual versão adolescente. Olha a ética aí de novo! Uma ética de pessoas que não têm a menor idéia de como se faz comunicação e insistem em tentar fazer um jornal. Depois eu não consigo valorizar meu trabalho porque todo mundo diz ‘isso não funciona’. Mas claro! Quando se tem uma comunicação nesse nível, alguma coisa funcionar seria quase um milagre! Os profissionais continuam pagando o pato dos amadores. Não me conformo. E tenho certeza que esse anúncio cheio de ética foi feito pelas mesmas pessoas que fazem o jornal. Porque me recuso a acreditar que em uma cidade daquele tamanho, em um jornaleco de seis páginas, duas pessoas diferentes sejam capazes de fazer a mesma bizarrice!