Ouvi de uma amiga que sempre arranjo coisas pra fazer nos finais de semana. Mas acho que esse bateu o recorde! Um final de semana em Paris! Até eu acho difícil acreditar quando me ouço dizendo que passei o fim de semana em Paris... e, meu Deus, foi simplesmente sensacional! Já esperava e planejava há tempos, mas a possibilidade foi se tornando real há pouco mais de um mês, com telefonemas, datas marcadas, folga negociada, passaporte em mãos, malas prontas e, muito de repente, chegou o dia!
Fui pra São Paulo na sexta de manhã e a Beta já me esperava no aeroporto. Almoçamos e corremos de volta pra lá, pra tentar adiantar a passagem. Tivemos alguns minutos de desespero depois de ouvir que eu não conseguiria embarcar por uma diferença de nomes no passaporte e na passagem, mas, ainda bem, foram só minutos! Logo a confusão se desfez e eu estava com a passagem em mãos! Às 19h45 o avião saia de Guarulhos com destino a... PARIS! Uma (não tão) breve escala em Recife, filmes, seriados, altos cochilos e quase 14 horas depois, ouvi do comandante “senhoras e senhores, sejam bem vindos a Paris”. Era muita empolgação, emoção, ansiedade, tudo junto, ao mesmo tempo que nem acreditava que estava ali. Uma passada muito rápida no hotel (baaanho, por favor!) e direto pro metrô! Ao chegar naquela ruazinha estreita, ainda não tinha caído a minha ficha e eu tentava fazer com que meu cérebro a assimilasse tudo aquilo, dizendo pra mim mesma “você está em Paris! Esta é uma ruazinha de Paris!”. Tudo é simplesmente incrível. Cada prédio, cada rua, cada esquina... tudo é monumental, histórico, único. Eu estava maravilhada. Olho pra frente e escuto da Beta “A Notre Dame” e eu pensando se aquilo era mesmo real. A igreja é maravilhosa! Enorme! Quando entramos, estava acontecendo uma missa, e o som daquele órgão misturado àquelas colunas gigantescas, vitrais impressionantes e imagens sacras centenárias eram demais pra minha cabeça. Lindo. Lindo. Só aquilo já teria valido o passeio. Mas tinha muito mais. Muito mais! Fomos caminhando até o Louvre (até hoje acho surreal dizer que fui caminhando até o Louvre, mas fui!). O museu já estava fechado, mas a sua fachada já valeria um ingresso. Não consigo explicar. É simplesmente impressionante. Maravilhoso. Achei que ia chorar naquele momento. Estava diante de algo que eu sempre sonhei conhecer e quase não acreditava. Depois de babar olhando aquilo tudo, passamos pelos jardins do Louvre (enorme! Muito lindo!) e chegamos à famosa Champs-Elysèes. As lojas impressionam, assim como a quantidade de pessoas, todas tão diferentes, cada uma falando um idioma, mas todas encantadas com as ruas, as fachadas e todo o charme da avenida mais famosa do mundo. Depois de andar muito (mas foi muito mesmo!) vi aquele que seria um dos meus monumentos preferidos (não sei se posso dizer isso... todo foram um dos preferidos... mas esse impressionou demais!): o Arco do Triunfo! É gigantesco. É sensacional. É quase inacreditável. Eu olhava, olhava, olhava, e não conseguia absorver tudo aquilo, todos os detalhes, toda aquela grandiosidade. Só de lembrar, fico arrepiada. Nossos pés já não agüentavam e pegamos o metrô para o destino final da noite – detalhe: eram quase 22h e estava começando a escurecer! Saí da estação do metrô perguntando “pra que lado fica a torre? Já me avisem pra eu não perder nem um segundo”. E quase que instantaneamente, olho pro lado e vejo: o principal símbolo francês, ali, na minha frente, naquele céu que começava a ficar escuro e ela lá, grandiosa, iluminada, simplesmente maravilhosa. Deu vontade de sair pulando, gritando, rindo, não sei. Foi emocionante. Muitas pessoas estavam no Trocadèro, observando aquele monumento de ferro iluminado, que não deixava olhar pra outro lugar. E a gente conseguiu se infiltrar ali, com jeitinho, e chegar à beira do mirante. Foi quando a iluminação da torre Eiffel se transformou em milhares de pontos luminosos que dançavam à nossa frente. Um espetáculo certamente inesquecível. Muito cansadas, com a cabeça confusa com aquelas 5 horas de diferença no fuso horário, voltamos pro hotel, pra longas (NOT!) 6 horinhas de sono. Às 2h30 da manhã – horário do Brasil – e 7h30 – horário local – saíamos do hotel em direção à Sacre Coeur, uma surpresa emocionante, uma igreja maravilhosa, enorme, que me deixou encantada e, mais uma vez, boquiaberta. De lá, avistamos nossa próxima parada: o Tour Montparnasse. De metrô, atravessamos a cidade e chegamos nesse prédio, de aproximadamente 210 metros de altura, de onde tivemos uma visão inesquecível da cidade luz. Pra qualquer lugar que se olhasse, um suspiro era inevitável. Só fez dar mais vontade de correr pra dar tempo de conhecer tudo aquilo! E foi o que fizemos... descemos (em um dos elevadores mais rápidos do mundo) e fomos caminhando até o Hotel dês Invalides, que, com a sua cúpula dourada, conseguiu tirar mais alguns “nossa! Não acredito! Que coisa linda” da minha boca. Dali, passamos em uma padaria e compramos um lanche, que fomos comer logo depois de passar pela Escola Militar, ali, sentadas no jardim, aos pés da torre Eiffel. Agora eu a via de outro ângulo, e durante o dia. Não sei dizer em qual dos dois momentos ela consegue ser mais perfeita. Passar por baixo dela foi sensacional, de fazer impressionar qualquer um. Agora estávamos a caminho do nosso último programa em Paris: o Louvre, agora por dentro. Mas antes, decidimos aproveitar um pouco mais e pegamos o barco, num rápido passeio pelo rio Sena... Impressionante como, nessa cidade, até as pontes conseguem ser monumentos – e há muuuuitas delas! No primeiro domingo de cada mês, a entrada nos museus da cidade são gratuitas. O que isso significa? Muita, mas muita fila! Demoramos 50 minutos para conseguirmos entrar no Louvre. Mas, pra mim, pareceram 5. Mais uma vez, fiquei ali, impressionada com a fachada indescritível do museu. Lá dentro, muito pra ver, muito pouco tempo. O que se diz é verdade: seria preciso uma semana inteira pra ver cada obra daquele museu gigantesco. Ficamos lá dentro algumas horas e, mesmo sabendo que tinha ainda tanto pra ser visto, digo com muita certeza que foi um dos melhores momentos da minha vida. Enquanto estava lá dentro, não acreditava muito no que via... lembro que pensava “affff.. claro que isso não é um Leonardo DaVinci, é uma réplica.... Nunca que essa é a Vênus de Milo, fala sério! Ah, ta bom que isso é um Vernet de verdade, sei...”. Acho que eu não acreditava que todas aquelas obras que eu sempre admirei, que estudei, que tudo aquilo estava na minha frente, ao meu alcance... minha vontade era sentar ali e ficar pra sempre apreciando cada milímetro de cada obra que eu via. Até que o relógio marcou o horário combinado e o corpo já não agüentava mais. Era hora de ir. Voltamos pro hotel, tomamos um banho, arrumamos as malas. Mal acreditava que tinha chegado e agora já era hora de voltar. Mais horas de vôo, mais sono improvisado, mais escala (dessa vez no Rio) e já estávamos em São Paulo. Um pouco mais tarde, a gente já se despedia e eu voltava pra BH, enquanto a Beta ia pra Varginha.
Cheguei em casa muito cansada, morrendo de saudade do Yuri, cheia de coisas pra contar e fotos pra mostrar, mas o cansaço falou mais alto e fomos logo pra cama, dormir um sono pesado – mas que ainda não foi suficiente! E agora, escrevendo esse texto, parece que estou contando um filme que vi. Até agora não acredito que conheci todos esses lugares, que vi, ouvi, senti e vivi tudo isso... Foi simplesmente maravilhoso. E, mesmo tendo sido de verdade, com certeza foi um sonho.
Obs.: prima, esse post é inteiramente dedicado a você, que me proporcionou momentos inesquecíveis e uma viagem que, com certeza, mudou minha vida. Nem sei como te agradecer. Mas vou começar com um “muito obrigada”.